Show de Luísa Sonza na Virada Cultural é marcado por confusão após ato de transfobia

O evento foi marcado por violência e roubos na região central de São Paulo.

Postado em: 30-05-2022 às 13h24
Por: Victória Vieira
Imagem Ilustrando a Notícia: Show de Luísa Sonza na Virada Cultural é marcado por confusão após ato de transfobia
O evento foi marcado por violência e roubos na região central de São Paulo | Foto: Reprodução/ ROBERTO SUNGI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Na tarde ontem (29/5), aconteceu a “Virada Cultural”, evento organizado pela Prefeitura de São Paulo para promover ações culturais como teatro, exposição de arte, história e o principal, shows musicais. A Virada Cultural contou com atrações musicais de Kevin O Chris, Gloria Groove, Djonga, Ludmilla, Marcello D2 e Luísa Sonza, que teve que lidar com confusões na hora de sua apresentação.

A cantora cantou no Vale do Anhagabaú por volta das 15h. Ela parou no meio de sua performance para expulsar o rapaz que foi transfóbico com uma mulher trans na plateia. Luísa teve que interromper seu show três vezes.

“Amor, aqui qualquer sinal de qualquer preconceito… você já sabe como é que é, né?! ‘Ih, fora!’ (incentivou a plateia a fazer o coro). Não tolero esse tipo de coisa não. Eu mandei o meu segurança ir ali mesmo, segurar ele e colocar ele pra fora porque ele não vai fazer isso aqui não! Nem aqui e nem em um lugar nenhum”, enfatizou a artista. “Amor, você já está aqui com a gente, sabe que é muito bem acolhida, você é maravilhosa e que a gente pode se amar. (disse para a vítima). Não vai sair? Então vamos ter que resolver isso aí diferente. Danilo, resolve aqui. Ele vai resolver o que aconteceu. Vamos seguir o show.”, finalizou Sonza após chamar o seu segurança para lidar com o rapaz. Confira:

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O show da cantora uniu 120 mil pessoas no centro de São Paulo. A previsão dos órgãos responsáveis era de 60 mil.

Madrugada Violenta

A madrugada no domingo (29/5) foi aterrorizante. Segundo relatos de quem estava no evento, a noite foi marcada por violência e roubos na região central. Uma estudante chegou a ser agredida por golpes de cassetetes através de policiais militares e da Guarda Civil metropolitana. Felizmente a jovem passa bem, mas precisou de atendimento médico. “Eu perguntei o que tava acontecendo. Aí eles falaram: “sai daqui, vagabunda”. Eu fiquei, mano, por quê? Aí eles me bateram aqui, na minha cabeça”, relatou a vítima que ficou ensanguentada nas mãos e cabeça.

Renata Andrino, estudante, vítima de violência policial na Virada Cultural no Centro de SP. | Foto: Reprodução/ Victor Farias/g1

Não parando por aí, ao menos duas pessoas foram esfaqueadas.  De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o suspeito foi um adolescente que recebeu um boletim de ocorrência sobre este caso. Uma das vítimas conta que foi tentar se defender, recebeu uma facada na região do rosto e foram encaminhados para a Santa Casa, Instituição Privada de Saúde. O jovem tentou furtar os indivíduos e não conseguiu. Outras três pessoas também foram agredidas pelo o menor com o mesmo objeto cortante.

Em nota a toda confusão, a Prefeitura de São Paulo disse que a Guarda Civil foi acionada e reforçou o policiamento nessa região. “A Guarda Civil Metropolitana está atuando na Virada Cultural 2022 por meio de policiamento preventivo e comunitário, em apoio à Secretaria Municipal de Cultura, Subprefeituras e Polícia Militar. A SMSU reforçou o policiamento com um efetivo de 540 agentes e 176 viaturas no serviço operacional, além de 15 viaturas da Inspetoria de Operações Especiais – IOPE, que estão disponíveis para ações durante todo o período do evento”. comentou.

“Durante o evento, a PM ainda disponibilizou Bases de Policiamento Comunitário, instalações físicas e o emprego do efetivo da operação Sufoco, o qual dobrou o número de policiais nas ruas desde o início de maio. Esses agentes foram deslocados aos pontos de maior concentração de público. Também houve apoio do Comando de Policiamento de Trânsito, Choque e do Comando de Aviação, além do uso de câmeras de vídeo de monitoramento para a identificação de condutas suspeitas, anti-sociais e criminosas, e do emprego das Câmeras Operacionais Portáteis nos uniformes dos militares durante todo o evento”, finalizou o órgão.

A SSP, Secretária de Segurança Pública, reportou que durante o evento, 585 pessoas foram abordadas e 10 detidas. Ao todo foram 1.535 colaboradores da Limpeza Urbana para trabalhar no evento, dentre eles varredores, motoristas e encarregados.

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