A Bíblia é o livro mais lido e vendido no mundo. Mesmo escrita há quatro mil anos, continua gerando fascínio e debates independentemente do seu caráter religioso.

Existem diversas interpretações acerca dos assuntos abordados no livro sagrado. Especula-se que ele começou a ser escrito pelos hebreus no século 10 e 9 A.C., logo após o reinado de Davi.

Com o passar do tempo, o entendimento pode mudar conforme a cultura, abordagem e crença de cada um. Então, especialistas costumam dizer que não há erros no livro original, apenas divergências na transcrição dos dados de um manuscrito para outro.

Bíblia não fala sobre Deus

O tradutor Mauro Biglino, que traduziu por anos as histórias originais da Bíblia, confirmou que o livro sagrado não fala sobre Deus. O escritor foi responsável pela versão em italiano feita pela Sociedade de São Paulo, fundada em 1914 pelo beato Giacomo Alberione.

Mauro publicou “A Bíblia não é um Livro Sagrado” (Livros Horizonte). Nesta tese, ele defende que a Bíblia conta outra história. Segundo ele, outros profissionais da área apontam imprecisões do assunto, mas não têm coragem de falar oficialmente.

Após a publicação do manual, o tradutor foi desligado, mas divulgou traduções literais de vários textos bíblicos que foram utilizados por historiadores para identificar erros. Biglino não nega a existência de Deus, porém critica a forma como a Bíblia foi traduzida oficialmente.

Erros na escrita à mão

Estudiosos apontam contradições na Bíblia desde o Iluminismo, no século 17. Há suposições de que o livro sagrado tenha equívocos doutrinários, científicos e até mesmo em relação a nomes.

Os manuscritos falam, por exemplo, que Davi tomou 700 cavaleiros de Hadadeze. Mas, outras versões contam que, na verdade, o número foi significativamente maior, de 1.700 (2Sm 8:4) ou 7.000 (1Cr 18:3, 4).

De acordo com especialistas, o som desses números em hebraico é muito semelhante, o que pode ter levado à uma confusão dos dados.

Eva foi a primeira mulher criada por Deus?

No apóstolo Paulo, é citado duas vezes o livro “A Vida de Adão e Eva”, em carta aos Coríntios. O Evangelho de Mateus menciona uma profecia, desconhecida até os dias atuais, de que o messias seria chamado de Nazareno.

O livro do autor mexicano Gustavo Vazquez-Lozano, “Os Apócrifos Da Bíblia”, revela documentos que expõem a vida, ou declarações de Jesus que não entraram na Bíblia.

Uma das declarações mais famosas é de que Eva não foi a primeira mulher criada por Deus. Mesmo hoje em dia, nem todos os cristãos concordam sobre quais escritos devem ser considerados “canônicos” e “apócrifos”.

A divisão do Mar Vermelho

O professor Carl Drews, do Departamento de Ciência Atmosférica e Oceânica da Universidade do Colorado, já contestou o milagre da abertura do Mar Vermelho, no livro na tradução livre: Entre Migdol e o Mar: cruzando o mar Vermelho com fé e ciência.

Para Carl, a divisão descrita pela Bíblia não é um milagre, e sim um efeito atmosférico. Ventos fortes, vindos do leste, soprando durante toda a madrugada, teriam empurrado a água e feito surgir uma passagem, que permitiu que as pessoas atravessassem o local com segurança.