Lago nos EUA é fechado devido a caso de ameba “comedora de cérebros”; há risco no Brasil?

O órgão alerta que a doença é rara, mas desde de 1962 existem apenas 154 identificados nos Estados Unidos

Postado em: 11-07-2022 às 14h56
Por: Victória Vieira
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O órgão alerta que a doença é rara, mas desde de 1962 existem apenas 154 identificados nos Estados Unidos | Foto: Divulgação/Departamento de Recursos Naturais de Iowa

Na última sexta-feira (8/7), o lago de parque em Iowa, nos Estados Unidos, foi fechado temporariamente após um visitante ter contraído a infecção da ameba “comedora de cérebros”. A informação foi confirmada pelo Departamento de Saúde Pública de Iowa.

“O fechamento é uma resposta preventiva a uma infecção confirmada de Naegleria fowleri em um residente do Missouri com exposição potencial recente enquanto nadava na piscina do local”, informa o comunicado do departamento de saúde.

O parque fica localizado na praia do Lake of Three Fires State Park, condado de Taylor. Ainda no aviso, o órgão alerta que a doença é rara, mas desde de 1962 existem apenas 154 identificados nos Estados Unidos. Esses casos são mais específicos na América do Norte, já na América do Sul, foram registrados dois casos na Venezuela, um na Argentina e cinco no Brasil, sendo apenas um vindo do mesmo protozoário.

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“A ameba unicelular microscópica de vida livre que pode causar uma infecção rara do cérebro com risco de morte chamada meningoencefalite amebiana primária (MAP)”, relatou a instituição.

Como ocorre a infecção?

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a infecção ocorre por uma água contaminada que entra no organismo pelo nariz. Embora seja improvável prever onde as infecções podem acontecer, elas são encontradas em águas doces e quentes, como nascentes, águas termais, rios e lagos durante o verão, principalmente em piscinas onde não há limpeza regulares, sem cloro. Por isso, os especialistas alertam que os turistas devem priorizar águas salgadas, ou seja, o mar.

“A razão pela qual certas pessoas são infectadas com N. fowleri enquanto milhões de outras que são expostas à água quente em ambientes recreativos não são infectadas é desconhecida, incluindo aquelas que eles estavam nadando com pessoas que foram infectadas”, explica o CDC.

A doença e seus sintomas

Logo após do individuo ser infectado, a ameba viaja até o cérebro, “comendo” o tecido presente no órgão. Entretanto, a infecção não é contagiosa e não ocorre através da ingestão de água contaminada.

Os principais sintomas são: febre, náusea, vômito e fortes dores frontais na cabeça. Caso a doença piore, o infectado começa a sentir rigidez no pescoço, alucinações, convulsões, podendo entrar em coma.

Porém, os sinais demoram a aparecer, levando em média a cinco dias. Logo após esse período, a doença progride causando a morte entre 1 a 18 dias. Esse foi o caso de uma criança de 6 anos, que foi infectada pela a ameba e acabou falecendo após estar brincando em piscina no Texas (EUA).

Existe cura?

Até o momento, apenas quatro pessoas conseguiram recuperar-se da doença, mas ela é caracterizada por ser algo fatal. Por ser uma infecção rara, ainda não há cura. A doença ocorre de 0 a 8 casos por ano, isso é como um enigma para os cientistas pois é preciso entender como diversos turistas não são infectados, e ainda sim banham em águas mornas ou quentes.

Como evitar?

Além de priorizar idas em mares, o CDC informa que para reduzir o risco os turistas devem utilizar clipes nasais e tentarem evitar ao máximo deixar a água entrar pelo nariz. Com isso, deve-se sempre deixar a cabeça acima da água e não entrar em águas muito quentes.

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