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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Negócios

Como as plataformas de streaming têm movimentado a economia?

Como as plataformas de streaming têm movimentado a economia

Postado em 27 de agosto de 2022 por Victória Vieira

 Após a mudança nas diretrizes da HBO Max, houveram diversas especulações se a plataforma de streaming viria ao fim. Contudo, a reunião realizada no começo de agosto decidiu um novo patamar para a marca de streaming. Agora, a plataforma irá se juntar ao Discovery+, ou seja, os streamings passarão por adaptações, podendo ter a exclusão de alguns programas originais e principalmente produções da Magnolia Network, emissora o Discovery Chanel. A nova plataforma chega em setembro do ano que vem no Brasil.

Apesar das especulações e a decisão inesperada, a plataforma de streaming chegar ao fim seria algo considerado trágico para o âmbito dos negócios, visto que somente nos Estados Unidos os conteúdos de serviços superaram as horas assistidas na televisão. De acordo com dados fornecidos pelo Nielsen, em divulgação com veículo de comunicação norte-americano The Wall Street Journal, os streamings apresentam 34,8% do tempo de conteúdos da TV assistidos no país contra 34,4% do tempo em TV a cabo. Já no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Hibou, Empresa de Monitoramento de Mercado e Consumo, 71% dos brasileiros aderiram ao uso do streaming.

É importante entender que esse novo método possibilita o acesso a filmes, músicas e inúmeras transmissões de conteúdo de forma totalmente online, ou seja, sem ter que realizar download para assistir algo. O avanço tecnológico conseguiu facilitar o entretenimento aos indivíduos, mas também apresenta dificuldades para resistir diante o cancelamento e aumento de taxas.

Investimento

Paras as grandes empresas que investiram na plataforma de streaming, os resultados nos últimos meses são satisfatórios, principalmente nos finais de semana em que a tendência é maratonar aquela série, filme, novela preferida.

A audiência da TV ainda existe, mas não como antes. A queda do número de telespectadores vai além da adesão do streaming. É necessário que esses meios tragam novos lançamentos, chamando a atenção do público, inovando em algo que o streaming não seja capaz de oferecer.

O Co-presidente Executivo da Netflix, Reed Hastings, comentou a respeito das grandes oportunidades que têm sido oferecidas neste ramo recentemente e os obstáculos enfrentados na área televisiva.

“O streaming está funcionando em todos os lugares. Em todo o mundo ele está chegando”, disse. “É definitivamente o fim da TV [tradicional] nos próximos cinco, 10 anos”, afirmou.

No caso da Netflix, a plataforma foi a mais assistida no mês de julho. A série norte-americana Stranger Things”, produzida pelo The Duffer Brothers, foi o principal motivo da principal renda da empresa. Outras plataformas como o Amazon Prime Video, Hulu (Star+), Youtube e Globoplay são os mais assinados nos últimos anos e conseguiram atrair recordes de assinantes. 

Os resultados promissores estão intercalados com a grande quantidade de conteúdos disponíveis nas plataformas de streaming, há uma variedade de gêneros que vão desde o romance, drama, terror, comédia e ação. A progressão de acessos e telespectadores estão envolvidas nessa importante ferramenta denominada de catálogo.

Foto: Banco de Imagens

Custo e benefício

Além das variedades, um dos maiores fatores para o sucesso de consumo das plataformas de streaming é o preço acessível. O levantamento da Hibou relata que cerca de 65% das pessoas assinaram as plataformas de streaming pelo preço atrativo.

“A primeira chave de mudança está na forma de distribuição. Em um primeiro momento a distribuição digital focou no conteúdo on demand, na forma de que podemos ver o que quisermos na hora que quisermos, mas também é natural que conforme mais pessoas venham e a transmissão por dados se torne massificada, isso seduza muito a publicidade e gere uma questão financeira para que cada vez mais as plataformas que se diziam sem publicidade acabem se abrindo e cedendo espaço para essa modelagem, e com isso acabe repetindo um pouco no streaming o que aconteceu com a TV a cabo”, explicou Bruno Maia, CEO da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

Um simples exemplo era quando ainda existiam as locadoras de filmes. Alguns tempos atrás, as pessoas iam a esses locais para ter acesso aos filmes que desejavam. Com isso, os valores estipulados era o equivalente do preço mensal das plataformas de streaming. 

Atualmente, os filmes já estarem inseridos no app e apresentam a vantagem em destaque é quando os filmes saem rapidamente dos cinemas e vão direto para a plataforma de streaming. O preço acessível é um diferencial relevante, pois isso faz com que haja uma maior demanda nos streamings do que na TV por assinatura, como por exemplo, os canais Telecine, onde são conhecidos por transmitir diversas obras cinematográficas, mas ao mesmo tempo, não conseguem a rapidez de produtos inéditos, isto é, os famosos on-demand.  

“De qualquer forma é uma relação diferente, deve continuar existindo uma predominância de conteúdos on demand na programação não linear do streaming, que é o que cria maior dificuldade, mas também maior oportunidade para quem trabalha desenvolvendo esse formato da publicidade”, disse Bruno.

Foto: Banco de Imagens

Desvantagens

Apesar da utilização frequente para o entretenimento, as plataformas de streaming estão fadadas a lidar com o fracasso de assinaturas por um determinado momento. O Hibu relata que pelo menos 52% das pessoas que já assinaram alguma plataforma de streaming já cancelaram alguma assinatura, principalmente a Netflix (40%) e a Globoplay (24%). 

Recentemente, diversos consumidores da Netflix têm reclamado a respeito da mensalidade. Alguns chegaram a dizer que não valia a pena pagar tão caro para algo que está com poucas opções de filmes e séries. Diante esse fator, com a falta de recursos, as séries que ainda estão em produção ou necessitam de renovação, acabam sendo canceladas. Esse é o maior motivo de revolta dos usuários.

A produtora executiva com foco em políticas públicas para o audiovisual, Marina Rodrigues, explica que as empresas não apresentam técnicas de preservação do produto.

“Quando a empresa decide suspender uma obra do catálogo ou até mesmo cancelar uma série em curso, os autores não têm meios para preservar o produto ou ainda continuar recebendo por isso”, falou.“Com as conjunturas formadas em torno do streaming mundialmente, isso pode fazer com que o consumidor receba muito menos conteúdo do que estava acostumado antes, tendo até mesmo que pesquisar para onde foi aquela série que ele tanto gosta. Para a empresa em si, significa redução de custos que ela não quer ter, especialmente no momento do qual o conglomerado precisa quitar dívidas adquiridas com a fusão”, finalizou.

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