TSE manda Lula retirar do ar vídeos que ligam Bolsonaro à pedofilia
Decisão é do ministro Alexandre de Moraes
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes mandou que a campanha de Lula (PT) retire das redes sociais publicações em que o presidente Bolsonaro (PL) fala sobre meninas venezuelanas e que o associam à pedofilia. A decisão é de domingo (16) e acata pedido do grupo do atual presidente.
“A postagem realizada pela Representada Gleisi Hoffmann, em 15/10/2022, se descola da realidade, por meio de inverdades, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas do Representante, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, diante da autoria de fato grave (pedofilia). Uma vez apresentado o recorte do vídeo pela Representada, a #bolsonaropedofilo foi prontamente elevada à condição de primeira colocada na rede social, o que comprova a ampla dimensão do conteúdo impugnado”, diz trecho da decisão.
Em caso de descumprimento, a pena é de R$ 100 mil, mesmo valor para novas veiculações. Na peça da equipe de Bolsonaro foram apontados 48 links para serem removidos.
Vale lembrar, Bolsonaro passou a ser associado a pedofilia no último sábado (15), após entrevista concedida por ele ao canal Paparazzo Rubro-Negro, no Youtube, na sexta (14).
“Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas. Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos. Arrumadinhas em um sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado de para quê? Ganhar a vida”, disse na entrevista.
Na madrugada de domingo, após a repercussão, ele afirmou que o PT “extrapolou os limites” ao “recortar” o vídeo. Já no documento ao TSE, no domingo, afirmou combater de forma enérgica a exploração sexual de crianças.