Carnaval acende alertas: médica goiana explica sobre risco de contaminação de mononucleose durante folia
Conhecida como 'doença do beijo', ela acomete principalmente adolescentes e adultos jovens através do contato com saliva de pessoas infectadas
Por: Mariana Fernandes
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Mesmo comum, a prática de beijar várias pessoas no carnaval pode alertar para riscos. De maneira geral, bactérias, vírus e fungos que estejam presentes na saliva podem ser transmitidos pelo beijo, segundo a infectologista Dra. Marília Dalva Turchi. Ela explica que o contato entre foliões é mais frequente, seja por beijos na boca, compartilhamento de bebidas e contatos íntimos que alertam para o crescimento de infectados pela doença.
O tema voltou à tona, após um recente episódio envolvendo a cantora Anitta, que admitiu o diagnóstico de infecção pelo vírus Epstein-Barr (herpesvirus humano tipo 4), causador da mononucleose infecciosa. Em relato, a dona do hit “Envolver” alegou que foi o momento mais difícil da sua vida e que seus seguidores deveriam ter cuidado com a doença.
Relembre: Anitta revela que foi diagnosticada com Epstein-Barr, vírus causador da ‘doença do beijo’
Segundo a médica infectologista, para pular a folia dos próximos dias sem ser contaminado por infecções bucais ou orais, é necessário cuidados como: lavar as mão, não compartilhar bebidas alcoólicas, talheres e comida, além de evitar tossir ou espirrar perto de outras pessoas.
Sintomas e diagnóstico
![](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/02/Marilia-Turchi-infectologista-1.jpg)
“As manifestações mais comuns são: febre, dor de garganta, aumento de gânglios (ínguas), cansaço e, eventualmente, manchas avermelhadas (exantema) no corpo”, afirma a infectologista. A médica informa que a suspeita da doença baseia- se na presença de sinais e sintomas tais como: febre, dor de garganta e aumento de gânglios, sobretudo no pescoço.
“Entretanto, outras doenças infecciosas podem apresentar os mesmos sintomas, nos primeiros dias da doença. É importante fazer uma avaliação médica para direcionar corretamente a investigação”, comenta.
Transmissão
A transmissão do vírus da mononucleose ocorre pela saliva e por objetos contaminados. “A infecção é transmitida principalmente pela saliva e secreções orais, por compartilhamento de copos, entre outros objetos e, potencialmente, por contato sexual”, entretanto, a mononucleose não é considerada uma doença sexualmente transmissível, esclarece a especialista.
Dra. Marília explica que a infeção pelo Epstein-Barr ocorre com frequência na infância, geralmente de forma assintomática, ou com poucos sintomas. Entretanto, adolescentes e adultos quando se infectam apresentam manifestações clínicas mais exuberantes com febre prolongada, gânglios aumentados, cansaço e manchas no corpo.
Segundo a infectologista, a doença dura em média 2 a 4 semanas. “Os gânglios (ínguas) podem permanecer aumentados durante várias semanas. Com frequência, algumas alterações nos exames de sangue persistem por tempo prolongado”, específica.
Tratamento
Não há um tratamento específico para a ‘doença do beijo’. Geralmente, são indicados medicamentos para aliviar os sintomas da doença, como analgésico e antitérmicos para febre e dor de garganta. Não se deve tomar antibióticos, pois não tem ação contra o vírus e podem causar uma piora do quadro, com aumento do exantema (manchas no corpo).
Como a principal forma de transmissão da doença é a saliva, a infectologista dá algumas dicas para evitar a infecção. “Reduzir a exposição à saliva, secreções orais e respiratórias; evitar ou reduzir beijos; evitar compartilhar bebidas e copos. E não esquecer de usar camisinha para prevenir infecções sexualmente transmissíveis tais como sífilis, herpes e HIV ”, orienta a Dra. Marília.