Mais vereadores devem retirar assinaturas da CEI da Comurg 

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) sentiu o amargo gosto de mais uma dura investida da Câmara Municipal de Goiânia contra a atual gestão. Um primeiro passo foi dado rumo à investigação de um problema crônico enfrentado não apenas por essa, mas por todas as demais administrações que comandaram a cidade no decorrer dos últimos anos. 

O foco é a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia, a Comurg. Na última semana, 24 vereadores se uniram em prol de um requerimento, encabeçado pelo vereador Ronilson Reis (Sem partido), que prevê a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a pasta. São diversas dúvidas e suspeitas que estarão na mira da Câmara nos próximos dias.

Nos bastidores, a informação é que Rogério tem se sentido traído. Isso porque diversos nomes que compõem a base do Paço na Câmara assinaram o requerimento em favor da investigação contra a companhia.

O primeiro passo do Legislativo teria sido, segundo fontes do alto escalão da prefeitura, o motivo que levou Rogério Cruz a cancelar reuniões com todos os vereadores agendados para a última e a próxima semana. 

Um deles, porém, se mostrou arrependido. Voltou atrás um dia depois de assinar o documento. Trata-se do, assim como Rogério, pastor republicano, Isaias Ribeiro. “Tomou um puxão de orelha, claro”, disse um vereador próximo a Isaías ao comentar o recuo do colega. Isaías foi procurado para falar sobre o assunto, mas não atendeu aos telefonemas.

Uma segunda fonte garantiu que novas baixas no documento devem ocorrer nos próximos dias. “Especialmente em relação àqueles que são mais próximos do prefeito”. Questionado se as baixas teriam relação com algum processo de articulação do Paço, disparou: “não vejo outro motivo”. 

Pelo menos outros 15 nomes dos 23 que assinaram o documento compõem a base do prefeito. São eles: Cabo Senna (Patriota), Igor Franco (Pros), Edgar Duarte (PMB), Geverson Abel (Avante), Henrique Alves (MDB), Leandro Sena (Sem partido), Leia Klébia (PSC), Léo José (Republicanos), Paulo Henrique da Farmácia (Agir), Raphael da Saúde (DC), Sabrina Garcez (Republicanos), Sargento Novandir (Avante), Thialu Guiotti (Avante), Welton Lemos (Podemos) e Willian Velozo (PL).

O vereador Ronilson Reis foi quem deu o pontapé inicial para que a CEI fosse instaurada. A ideia é investigar irregularidades na administração e dívidas da pasta com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com fornecedores, além de contratos e aditivos. 

No reta final do ano passado, vale lembrar, o prefeito Rogério Cruz tentou passar na Casa de Leis uma suplementação na casa dos R$ 30 milhões à Comurg. A iniciativa gerou desconfiança em boa parte da Casa que imediatamente barrou a proposta e pediu explicações sobre a destinação e aplicação dos valores. O Paço, diante disso, achou melhor retirar a matéria de pauta.