Estudantes goianos participam da Feira Nacional de Empreendedori

Promovida por uma rede de cursos profissionalizantes no Paraná, alunos podem levar prêmio de R$ 2.000

Postado em: 27-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Promovida por uma rede de cursos profissionalizantes no Paraná, alunos podem levar prêmio de R$ 2.000

SABRINA MOURA*

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Será realizada, nesta sexta-feira (27) em  Londrina (PR), a Feira Nacional de Empreendedorismo, promovida pelo Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), da qual participam estudantes goianos. Realizada anualmente, a feira premia os projetos de empresas criados pelos seus alunos. Nesta edição, participam 67 grupos finalistas, selecionados ao longo do ano passado nas etapas regionais. Os projetos concorrem em três categorias: Indústria, Comércio e Prestação de Serviços. Os vencedores de cada área serão premiados com R$ 2.000. 

“A feira teve início, em 2012, com o intuito de extrapolar os conteúdos e valores que passamos para os nossos alunos. Começamos com as oficinas empreendedoras – distribuídas em 11 encontros – em que os alunos são levados a pensar desde a estrutura até a finalização do projeto empreendedor”, conta Patrícia Gomes, supervisora pedagógica da franqueadora do Cebrac em Londrina. “Eles apresentam essas empresas fictícias e as estruturam como se fossem empresas reais”, completa.

As empresas são criadas pelos alunos de todos os cursos da rede como se fossem companhias reais. O objetivo é que eles desenvolvam, na prática, os conceitos aprendidos, como plano de negócios, conhecimentos de finanças e faturamento, marketing e comunicação, além de trabalho em equipe, liderança e empreendedorismo. “Muitos dos nossos alunos vêm de uma realidade desestruturada, onde por falta de incentivo acabam não percebendo seu potencial. Procuramos sempre estimulá-los a desenvolver seus projetos. As ideias dos negócios, além do autodesenvolvimento do aluno, trazem soluções para a comunidade”, comenta Patrícia.

Entre os projetos é possível encontrar uma pista de patinação sustentável, negócios com foco em biocompostagem, aquaponia (criação de peixes e animais aquáticos associado ao cultivo de plantas em água) e até hambúrgueres feitos da casca das bananas. “A primeira etapa acontece em cada uma de nossas franquias espalhadas pelo País. Os alunos são incentivados pelos professores e gestores; apresentam os produtos em que os mais preparados e melhores estruturados passam para a etapa nacional”.

De acordo com Patrícia, há  seis anos a Feira é realizada com o intuito de destacar, de alguma forma, os estudantes.  “Apesar do pouco contato após a saída dos alunos da instituição, algumas das empresas apresentadas vieram a se viabilizar. Mesmo aqueles que não seguiram com o projeto se destacaram no mercado e estão em grandes empresas. Os projetos são grandes vitrines para o mercado que buscam os profissionais com essas competências”, finaliza.

A Rede

O Cebrac nasceu em 1995 com a vocação de educar e qualificar pessoas por meio de seus diversos cursos profissionalizantes. O Centro tem formado para o mercado de trabalho milhares de profissionais em suas áreas de conhecimento. Os cursos focam no desenvolvimento pessoal, o que prepara os alunos do ponto de vista comportamental e aprimoram a postura profissional e empreendedora. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Feira Nacional de Empreendedorismo

Quando: sexta-feira (27)

Onde: Calçadão de Londrina, em frente à sede do Cebrac (Rua Maranhão, nº 65) – Londrina (PR)

Horário: das 8h às 17h

Entrada gratuita 

Entrevista: Daniela Alves dos Santos, estudante 

Toneladas de resíduos são produzidos diariamente em todo o País, e apenas uma pequena porcentagem do que poderia ser reaproveitado por meio da reciclagem e reutilização de fato segue este caminho. Pensando em uma forma de ajudar a solucionar este problema, os alunos, Daniela, Jéssica, Douglas, Osmar e Diogo, do Cebrac de Goiânia criaram a B-Therm, uma empresa de confecção de embalagens térmicas a partir de materiais recicláveis, como caixas de leite, pedaços de isopor, retalhos de tecido, cintos de segurança, entre outros. Além de reduzir a quantidade de resíduos descartados no meio ambiente, o projeto contempla a geração de renda por meio da parceria com cooperativas para obtenção da matéria-prima. Entre os produtos desenvolvidos, estão bolsas térmicas, caixas térmicas para água a até uma bolsa térmica para transporte de insulina. Os alunos foram os escolhidos para representar o Estado de Goiás, nesta sexta-feira (27), na feira em Londrina (PR). A aluna Daniela Alves dos Santos, 23 anos, do grupo B-Therm do Cebrac de Goiânia falou ao Essência.

 

Como surgiu a ideia de criar a B-Therm?

A B-Therm surgiu a partir de um projeto desenvolvido para a Feira Nacional de Empreendedorismo (FNE) do Cebrac com foco em sustentabilidade. Por meio de pesquisas, nosso grupo chegou à conclusão de que poderíamos fazer bolsas térmicas com materiais reciclados, como caixinhas de leite, cintos de segurança, retalhos de tecidos, entre outros.

Quais os benefícios que a B-Trem traz para a sociedade e para o ambiente?

Além da sofisticação e da praticidade para o dia a dia, transformamos o que seria lixo em luxo, por meio de objetos práticos, como bolsas para transportar garrafas de água, para transportar insulina. As que são feitas de cintos de segurança podem transportar marmitas e outros alimentos que precisam ficar com temperatura regulada durante seu transporte.

O projeto foi criando por quantos alunos e quem são?

O projeto foi criado por dez alunos, mas, no decorrer desta caminhada, alguns deles acabaram saindo. O projeto foi finalizado por cinco participantes: Daniela, Jéssica, Douglas, Osmar e Diogo. A Jéssica é a nossa gerente de produção, o Douglas é o gerente financeiro, o Osmar é o gerente de marketing. Eu, Daniela, sou a presidente, e o Diogo é nosso gerente administrativo.

Vocês esperavam ser os um selecionados para a Feira? Como foi a reação de vocês desde que passaram nas seletivas regionais?

Desde o início, trabalhamos duramente, porque acreditamos no projeto por ele ser realmente inovador. Nosso orientador, o Fernando, sempre acreditou muito em nós, nos incentivou, mostrando erros e acertos, e também caminhos certos para aprendermos. Trabalhamos muito. Fomos um dos últimos grupos a entrar para a etapa regional da FNE. Tínhamos apenas três meses de projeto e, para nós, foi uma surpresa muito grande termos conseguido passar. Então, até pelo pouco tempo, tivemos de nos dedicar muito para criar nossa estrutura, conseguirmos patrocínio, etc., mas conseguimos tudo isso para desenvolver este trabalho.

Qual a importância dos cursos profissionalizantes para vocês?

Para nós, nos deu a oportunidade de chegar até onde estamos, e nos deu também uma estrutura para colocarmos em prática o que aprendemos no curso por meio da B-Therm. Toda a parte burocrática, aquilo que é passado em sala de aula, conseguimos colocar em prática. E foi muito gratificante essa oportunidade e, inclusive, estamos radiantes! Mas nosso maior troféu, com certeza, foi o conhecimento.

Por que o projeto de vocês devem ser um dos três premiados?

Nossa empresa já é bem estruturada, tem foco em sustentabilidade, pensando sempre em inovação e no bem-estar dos nossos clientes. Já temos muitos pedidos, então, para nós, é muito gratificante saber que as pessoas estão reconhecendo cada vez mais o nosso trabalho. E vamos, com certeza, buscar cada vez mais melhorar para levar esse bem-estar para a sociedade em geral, mostrando a eles que nem tudo é lixo, e que, sim, lixo pode ser transformado em luxo. 

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