Solo de dança ‘A Trança Perdida’ acontece nesta quarta-feira no Centro Cultural da UFG

Artista Anna Behatriz Azevêdo traz para o espetáculo uma memória deflagradora de imaginações

Postado em: 05-04-2023 às 08h33
Por: Elysia Cardoso Ferreira
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Artista Anna Behatriz Azevêdo traz para o espetáculo uma memória deflagradora de imaginações | Foto: Divulgação

Desde a Grécia Antiga, no século IV a.C., quando surgiu o teatro, onde as pessoas iam assistir a espetáculos para adorar o deus Dionísio, o deus do vinho e da alegria. Desde então, o teatro se tornou uma opção de cultura, lazer, entretenimento e reflexão. E com essa proposta estreia em Goiânia o espetáculo gratuito de dança ‘A Trança Perdida’ as apresentações ocorre nos dias 5 e 6 de abril no Centro Cultural da UFG, às 20h. Os ingressos vão poder ser retirados um pouco antes do início do espetáculo. 

A trança perdida por muitos anos reaparece como força que fricciona imagens, dança, falas e escritas. Protagonista de uma história, a trança, potencializa questões sobre significados do cabelo na cabeça e fora dela. Ou ainda, o motivo de guardarmos o cabelo, após cortarmos. O solo de dança ‘A Trança Perdida’, criado e interpretado pela artista Anna Behatriz Azevêdo possui o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia.

O trabalho é uma produção de memórias, percepções e sensações a partir da fotografia da mãe da artista. Através da pesquisa poética e teórica, desenvolvida entre os anos de 2016 e 2018 foi escrito um ensaio.  Após, o livro, ‘Reflexões sobre o absurdo: o corpo-cabelo e seus objetos de (in) definição’, publicado pela Editora Ape’ku do Rio de Janeiro.

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No solo de dança ‘A Trança Perdida’, os tempos se entrecruzam. A memória de um momento de afeto vivenciado pela artista quando pequena é atualizada. O gesto de manejar os cabelos das crianças para catar lêndeas e piolhos, memória deflagradora de imaginações. A artista criança escuta o assunto de uma trança, um pedaço do cabelo da sua mãe, cortado quando ela tinha 12 anos (1967), guardado e esquecido por muito tempo em algum lugar.

Segundo Anna Behatriz Azevêdo no espetáculo, a memória se torna estados de corpo, assim, não importa o apego ao passado, mas o que dele pode constituir por meio de sensações e percepções. “Dançar memórias é um modo de atualizá-las no espaço e tempo e fazê-las serem presentes no contexto do hoje, dando um novo sentido”, completa.

Trançar, cortar, guardar, catar, compor, separar, interromper, estourar, vertiginar, eclodir serão ações articuladas como deflagradoras da dramaturgia da obra. “Desejo que o público possa perceber, que o que vivemos na dimensão do singelo da ordem do dia, do cotidiano, possa ter força a ponto de pensarmos nas nossas próprias existências. Como elas podem ser afetadas por memórias e pelo tempo presente”, finaliza Anna Behatriz.

Oficina gratuita

A oficina ‘Entre Fios e Memórias’ ocorre no dia 10 de abril, das 9h até às 12h, na sala de dança do Centro Cultural da UFG. São 30 vagas e os interessados podem se inscrever por meio do perfil @annabehatriz.artista, no Instagram. O objetivo da oficina é desenvolver estados de corpo através de qualidades de movimento, que se articulam por situações como: repouso, limite e intensidade.

A atividade é voltada para pessoas que se interessam por práticas de corpo, estudantes, artistas (artes visuais / artes cênicas), professores e curiosos. A atividade é gratuita e é para maiores de 18 anos.

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