Governo federal bloqueia 1,2 milhão de ‘famílias de uma pessoa só’ cadastradas no Bolsa Família
Os afetados terão 60 dias para recadastrar as informações e demonstrar que, de fato, preenchem os requisitos para ter direito ao benefício
Por: Ícaro Gonçalves
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O governo federal bloqueio nesta semana o cadastro de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas que recebem o benefício do Bolsa Família. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a suspeita é de quem a maior parte dos cadastros seja fruto de informações falsas.
Os afetados terão 60 dias para recadastrar as informações e demonstrar que, de fato, preenchem os requisitos para ter direito ao benefício. O prazo começa a contar nesta sexta-feira (14).
O aviso do bloqueio será enviado pelo aplicativo do Cadastro Único e por SMS. “Você precisa esclarecer informações do seu cadastro. Se você realmente mora sozinho, procure o setor do Cadastro Único na sua cidade até 16 de junho e atualize seu cadastro para evitar o cancelamento do seu benefício do Bolsa Família”, diz o texto.
Ainda segundo o MDS, quem foi afetado pelo bloqueio e não comprovar, em tempo, que mora sozinho pode ter o Bolsa Família suspenso de forma definitiva. Se o beneficiário comprovar que compõe uma “família de uma pessoa só” e tem direito ao benefício, as parcelas bloqueadas que não foram recebidas serão depositadas de forma retroativa.
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Explosão de cadastros e suspeita de fraude
O bloqueio ocorre como medida do governo para tentar conter o aumento de fraudes ao programa social. Desde 2022, o governo identificou uma “explosão” de cadastros de famílias unipessoais em 2022, aquelas formadas por uma só pessoa.
Segundo o governo, muito beneficiários cadastraram outros parentes moradores de uma mesma casa como “família unipessoal”. Ou seja: havia um cadastro para a mãe, um para o pai, e um para cada filho – todos, recebendo R$ 600 cada.
Retomado em 2023, o modelo atual do Bolsa Família paga um valor-base de R$ 600 por família e um adicional de R$ 150 por criança de até seis anos no cadastro.