Maneva traz para palco a união de artistas diversos dentro da sonoridade jamaicana

Não pensem que Goiás não foi representado no projeto de reggae, Felipe Araújo cantou ao lado de Maneva a música ‘Evidências’

Postado em: 12-06-2023 às 09h56
Por: Lanna Oliveira
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Não pensem que Goiás não foi representado no projeto de reggae, Felipe Araújo cantou ao lado de Maneva a música ‘Evidências’ | Foto: Divulgação

E chegou o grande dia! Como havíamos dito anteriormente, a banda de reggae Maneva tinha data e hora marcada com o seu público para viver novas experiências. Quando digo novas, são mesmo um refresco para a cena cultural nacional. Eles resolveram que a união é o melhor caminho e fizeram diferente de tudo que já vimos no gênero. O grupo gravou o audiovisual do espetáculo ‘Tudo Vira Reggae Ao Vivo’. Juliette, Vitor Kley, Felipe Araújo, Carlinhos Brown, Gabriel o Pensador, Toni Garrido, Tato e Ana Gabriela fizeram parte desse marco.

Maneva protagoniza uma mudança de perspectiva no cenário nacional do reggae, gênero que andava adormecido em alguns corações brasileiros. Com ingressos esgotados, a banda gravou o projeto ‘Tudo Vira Reggae Ao Vivo’, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Sem dúvidas entraram para a história com esse ideal ousado, que reuniu todas as tribos em uma só voz. Sem distinção de gênero, o audiovisual nasceu com intuito de unificar o mercado, reunindo clássicos de diferentes estilos adaptados ao som tão particular oriundo da Jamaica. 

Definitivamente, o momento superou todas as expectativas. Uma estrutura grandiosa, à altura dos sonhos da banda paulista, foi montada para receber um público estimado em 10 mil pessoas. Estrelas da música não poderiam faltar para os duetos inéditos e inesquecíveis. E foi desta forma que o Parque Villa-Lobos se transformou no reduto do reggae. Do pagode ao sertanejo, tudo foi transmutado para caber no universo de Tales de Polli (voz/violão), Diego Andrade (percussão), Fernando Gato (baixo), Fabinho Araújo (bateria) e Felipe Sousa (guitarra).

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“Hoje o Maneva resgatou um reggae man. Tudo começa em reggae”, disse Carlinhos Brown, uma das participações. E a sensação foi exatamente essa, que algo estava sendo reascendido e que tudo é possível dentro da perspectiva reggaera que temos dentro de nós. Talles de Polli declarou sua gratidão pelas pessoas, pelo momento e pelo gênero que pulsa seu coração. “Que honra, que maravilha receber vocês neste dia de amor, alegria e felicidade! Que honra celebrar o reggae como ele merece. E que esta seja a melhor noite da sua vida, das nossas vidas”.

‘Anunciação’, clássico de Alceu Valença, foi a escolhida para abrir o DVD, seguido pelo repertório com mais 22 faixas. Ao lado de Gabriel O Pensador, Maneva reviveu ‘Cachimbo da Paz’. O sucesso lançado em 1998 foi interpretado não apenas por eles, mas pelas 10 mil vozes que cantaram ininterruptamente. ‘Morena’, que já tinha sido escolhida pelo grupo e faz do álbum ‘Tudo Vira Reggae’, desta vez teve a participação de Vitor Kley. No palco, eles celebraram a parceria que também se estende à vida pessoal.

Com Tato, a banda provou que forró e reggae fluem em uma mesma sintonia. ‘Rindo à Toa’ entrou para o tributo ao ganhar os acordes do som jamaicano. Da Paraíba, Juliette trouxe a doçura traduzida no sotaque inconfundível para gravar ‘Péssimo Negócio’, um dos incontáveis hits de Dilsinho. A Bahia de Todos os Santos enviou um dos seus mais célebres representantes para ‘Tudo Vira Reggae Ao Vivo’. Carlinhos Brown cantou a autoral ‘Uma Brasileira’ (Carlinhos Brown / Herbert Viana), sucesso no repertório de Os Paralamas do Sucesso, e deu um show de humildade, talento e simpatia.

Ídolo de todos os integrantes da banda, Toni Garrido subiu ao palco e cantou ‘Toda Forma de Amor’, de Lulu Santos. Depois, Tales puxou um trecho de ‘A Estrada’, um dos clássicos do Cidade Negra. Ana Gabriela cantou no feat de ‘Sozinho’, poesia de Peninha que recebeu o prêmio Sharp em 1997. Dentre tantos sucessos, ‘Evidências’ não poderia faltar. A faixa, que conquistou o País nas vozes de Chitãozinho e Xororó, foi interpretada pelo cantor sertanejo Felipe Araújo. Marcelo Falcão, uma das atrações mais aguardadas da noite, apresentou o hit ‘O Que Sobrou do Céu’.

Das 23 escolhidas, cinco delas já faziam parte dos álbuns ‘Tudo Vira Reggae’ vol. 1 e 2, lançados respectivamente em 2020 e 2021. Dentre as novidades estão ‘A Queda’ (Glória Groove), ‘Baianidade Nagô’ (Banda Mel), ‘Essa Tal Liberdade’ (Só Pra Contrariar), ‘Codinome Beija-Flor’ (Cazuza), ‘Catedral’ (Zélia Duncan), ‘Pé na Areia’ (Diogo Nogueira), ‘Meu Pedaço de Pecado’ (João Gomes), ‘Garotos’ (Leoni), ‘Hoje Eu Quero Sair Só’ (Lenine), ‘Só Os Loucos Sabem’ (Charlie Brown Jr.), ‘Mun Rá’ (Sabotage), ‘Graveto’ (Marília Mendonça), ‘Mais Uma Vez’ (Jota Quest), ‘Fogo na Bomba’ (De Menos Crime), ‘Deixe-me Ir’ (1 Kilo/Baviera e Knust) e ‘Tem Café’ (Gaab).

“Essa foi uma noite histórica, algo que só existia nos nossos sonhos e que pudemos realizar. O reggae merece ser celebrado por toda a importância que ele tem. Hoje, demos mais um passo nesse universo chamado música e eu, em nome de todo o Maneva, me sinto honrado e agradeço a cada um. Vocês nos proporcionaram algo imensurável. Música cura, música é remédio! E quando estamos todos cantando em uma só voz, provamos que somos sempre melhores juntos. Esse é o sentido dessa festa: união, paz e amor”, encerrou Tales de Polli.

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