Estudante de Goiás é selecionada para participar de simulações da ONU em universidades americanas

De origem humilde, Hellora desenvolveu desde cedo seu desejo por participar de movimentos que pudesse mudar as injustiças sociais que vê diariamente

Postado em: 12-09-2023 às 12h02
Por: Ícaro Gonçalves
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De origem humilde, Hellora desenvolveu desde cedo seu desejo por participar de movimentos que pudesse mudar as injustiças sociais que vê diariamente | Foto: Arquivo pessoal

Lutar pela maior participação de mulheres em espaço de poder e tomada de decisão. Esse é o objetivo da estudante de Goiás Hellora Beatriz Lima, de 17 anos, que foi selecionada para representar o Brasil nas simulações da ONU nas Universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos, em janeiro de 2024.

Nas simulações promovidas pela Organização, estudantes de diversos países recriam espaços como a Assembleia Geral da ONU, o Conselho de Segurança, a ONU Mulheres e reuniões do Congresso Nacional. Nas simulações, os jovens têm a possibilidade de debater problemáticas mundiais, como desigualdade de gênero, desmatamento, poluição, crise econômicas, entre outros.

De origem humilde, Hellora desenvolveu desde cedo seu desejo por participar de movimentos que pudessem mudar as injustiças sociais que vê diariamente. “Assim como a grande maioria dos brasileiros, sou de uma família de pais assalariados e sem formação acadêmica. Nasci no Maranhão, em uma cidade pequena com diversas tribos indígenas no entorno. Me envolvi com o ativismo e me engajei para realizar um sonho: ser uma garota que ocupa espaços de tomadas de decisões”, destaca.

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E os resultados surgiram. Mesmo sem ainda ter entrado na vida adulta, Hellora já acumula no currículo iniciativas ativistas e de cunho social de fazer inveja a qualquer um. Desde 2021, ela preside um clube Girl Up, movimento iniciado pelas Nações Unidas para capacitar e conectar jovens, para viabilizar suas vozes e liderança.

Em 2022 ela participou do Nós Por Elas, projeto de combate a pobreza menstrual que atingiu comunidades carentes em 32 cidades brasileiras. Também participou do Seu Voto Importa, mobilização que incentivou mais de 90 mil adolescentes a tirarem o título de eleitor em 2022.

Hellora também já foi escolhida pelo Politize! como a segunda jovem brasileira que mais promoveu
oficinas para a democratização da educação política. “Meu objetivo é ocupar lugares de decisão e inspirar mais garotas a fazerem o mesmo”, conta.

Seleção e viagem para os Estados Unidos

Quando soube da oportunidade de representar jovens brasileiros em uma simulação da ONU, Hellora não pensou duas vezes e decidiu se inscrever. O processo de seleção não foi fácil: primeiro, ela precisou passar por uma análise de perfil, depois teve que comprovar seu destaque em atividade extracurriculares. Por fim ainda precisou ser entrevistada em inglês.

“Eu costumo dizer que nessas conferências, nós ‘brincamos de salvar o mundo’ pra um dia fazer isso de verdade, na prática. Então conseguir essa oportunidade veio do desejo de mostrar que, independente do seu ponto de partida, é possível conquistar grandes oportunidades”, disse ao O Hoje. “Mas pra isso, preciso de ajuda financeira para representar os jovens brasileiros nessa mesa da ONU”, reforça.

A jovem criou duas campanhas de crowdfunding para pessoas e empresas, onde recebe apoio para custear a viagem aos Estados Unidos. As campanhas estão disponíveis pelas plataformas Vakinha e Catarse, sendo que qualquer pessoa ou empresa pode participar.

“Quero trazer todo aprendizado para a minha realidade e continuar impactando a minha comunidade, através dos meus projetos sociais. Além de inspirar outros jovens a serem agentes de mudança em suas comunidades”, finalizou.

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