Projeto mostra como é possível diminuir o impacto negativo no tratamento de câncer por meio da arquitetura

Novas modalidades podem fazer o procedimento terapeutico ser mais compassivo com o paciente

Postado em: 25-10-2023 às 12h11
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Projeto mostra como é possível diminuir o impacto negativo no tratamento de câncer por meio da arquitetura
Novas mentalidades alinhando a medicina a outras áreas promovem um forma humanizada para olhar o processo terapêutico | Foto: IStock

Para certas pessoas, ser diagnosticado com um câncer maligno, ou até benigno, envolve um processo de sentimentos negativos que trazem o sofrimento para todo o tratamento terapêutico. Especialmente se o paciente for diagnosticado tardiamente para a extração do organismo afetado, diminuindo as chances de uma cura total.

Contudo, novas estratégias que unifiquem a medicina com outras áreas podem promover um forma humanizada para encarar o processo terapêutico. 

Uma destas estratégias diz respeito a própria estrutura hospitalar, que muitas vezes não é capaz de abrigar sentimentos positivos no ambiente. Para muitos, as várias alas e quartos de tratamento são associados negativamente no tratamento devido a estrutura hospitalar brutalista confinada em paredes de concreto.

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Para mudar esse cenário, uma nova abordagem dentro da arquitetura hospitalar visa trazer um ambiente compassivo, de modo a estimular os sentidos e melhorar a qualidade de vida de pacientes no processo terapêutico. Esta forma de pensar na estrutura do ambiente e como se relaciona com o indivíduo se chama “psicologia ambiental”. 

Em Goiânia, é possível ter uma experiência de como funciona esta formação na Ala Quimioterapia Humanizada da Mostra Kzulo. Um dos objetivos é fortalecer esta área dentro do território goianiense para futuros empreendimentos na saúde aproveitarem a iniciativa.

Humanização hospitalar

O espaço foi planejado pela arquiteta Grace Santiago e foi pensado para atender pacientes em tratamento contra o câncer. Nele, a arquiteta pensou minuciosamente em detalhes que podem proporcionar um refúgio de paz e bem-estar.

O projeto demonstra como é possível criar ambientes hospitalares que proporcionem um impacto positivo no processo de tratamento de pacientes enfrentando o desafio do câncer. “Através da psicologia ambiental e da neuroarquitetura, o projeto evidencia a relação profunda entre o ser humano e seu ambiente construído”, assegura Grace.

Segundo a arquiteta, a atenção neurossensorial é uma preocupação constante, pois estimula os cinco sentidos do corpo humano: visão, audição, paladar, olfato e tato. “O meio interno e o externo proporcionam uma grande variedade de sensações, que são percebidas graças ao nosso sistema nervoso e aos nossos órgãos dos sentidos”, conta.

Elementos como iluminação, paleta de cores, níveis de ruído e configuração espacial desempenham papéis cruciais nessa abordagem humanizada. Cada um desses fatores pode influenciar o conforto emocional dos pacientes, contribuindo para um ambiente de cura mais abrangente e positivo.

Sobre a Mostra

O tema escolhido para esta edição, “Inspirações”, busca despertar a imaginação e estimular novas ideias na área da arquitetura e do design de interiores e como ele impacta a vida de cada um. A mostra também contará com uma série de encontros e atividades interativas, proporcionando aos visitantes uma experiência completa no universo da arquitetura, decoração, design e paisagismo. Os ingressos custam R$70 com meia solidária, que pode ser adquirida com a doação de quilos de alimentos, custa R$35. Os alimentos arrecadados serão doados à Casa de Apoio São Luiz.

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