Rio Negro apresenta sinais de recuperação após maior seca da história

Após 131 dias consecutivos de descida, o rio registra aumento de 17 centímetros, trazendo alívio para a região e alertando para a necessidade contínua de monitoramento e precaução.

Postado em: 31-10-2023 às 13h49
Por: Luana Avelar
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Foto: Portal Amazonia

Após enfrentar a maior seca de sua longa história, o Rio Negro, importante curso d’água da região amazônica, começa a apresentar sinais de recuperação. Na última segunda-feira (30), o rio registrou um aumento de 17 centímetros em relação à medição de sexta-feira (27), marcando 12,87 metros, um alívio após atingir o recorde mínimo de 12,70 metros em mais de 120 anos de registro. Esta seca severa durou 131 dias consecutivos de descida, deixando a capital, Manaus, em alerta.

Este ano se destaca pela longa duração do processo de estabilização. Em 17 de junho, as águas começaram a baixar, e somente agora, após 131 dias, o rio parece estar recuperando seu equilíbrio. A pior fase da seca ocorreu em 16 de outubro, quando o Rio Negro atingiu apenas 13,59 metros em Manaus, um marco histórico em 121 anos de medição. Comparativamente, em 2010, o último ano de uma vazante histórica, o rio levou 133 dias seguidos para atingir a estabilidade.

Todas as 62 cidades do Amazonas enfrentam os efeitos dessa estiagem histórica, afetando mais de 600 mil pessoas, conforme relata a Defesa Civil do estado. A situação também tem reflexos visíveis na orla de Manaus, com bairros como Centro, Educandos e São Raimundo distantes das margens do Rio Negro. A Praia da Ponta Negra permanece interditada desde 2 de outubro, devido ao risco que representa para banhistas quando o rio está abaixo dos 16 metros.

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A subida recente do Rio Negro em Manaus está diretamente ligada à recuperação do Rio Solimões, que começou a subir há duas semanas. Contudo, especialistas ressaltam que ainda não é possível afirmar que a fase de vazante chegou ao fim. A estabilização dos níveis depende da consistência das subidas nas regiões do Alto Solimões e Alto Rio Negro, bem como do retorno do período de chuvas na bacia como um todo. Portanto, embora haja indícios de recuperação, o monitoramento e a precaução permanecem para a região amazônica.

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