Torcedor do Boca Juniors é identificado e tem prisão solicitada por atos racistas

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro identificou e solicitou a prisão de Ahmed Ali Mahanna, torcedor do Boca Juniors (ARG), por ter cometido atos racistas durante uma entrevista. A delegada Rita Salim, responsável pelo caso, tomou essa medida após a fala ofensiva do torcedor contra os cariocas ser veiculada na sexta-feira (3), dois dias antes da partida entre Boca Juniors e Fluminense pela final da Taça Libertadores da América.

Durante a entrevista ao vivo, Ahmed Ali Mahanna fez comentários racistas, referindo-se aos torcedores cariocas como “escravos e macacos de m*erd4”. A delegada afirmou que a fala do torcedor não deixa nenhuma dúvida sobre o teor racista das palavras proferidas, o que é suficiente para solicitar sua prisão. Além disso, outro torcedor do time argentino também cometeu atos racistas imitando um macaco em frente à câmera durante outra entrevista.

No pedido de prisão, a delegada ressaltou que a entrevista veiculada pelo canal de TV argentino comprovou claramente a forma como ocorreu o incidente racista. Ela destacou que o fato de o indiciado ser de nacionalidade argentina e ter ofendido gravemente um grupo racial através de um canal oficial veiculado pela mídia torna o ato ainda mais grave. Ahmed Ali Mahanna nasceu no Kuwait, no Oriente Médio, e atualmente reside na Argentina, onde trabalha como tripulante de voo e estuda para ser piloto de avião.

Rita Salim enfatizou que esse tipo de atitude é repugnante e configura um crime inadmissível. Ela ressaltou que, em um clima festivo e internacional como o da final da Taça Libertadores, não se pode tolerar qualquer forma de racismo, intolerância ou discriminação. A delegada reforçou a importância de combater esses comportamentos não apenas no Rio de Janeiro, mas em qualquer lugar.