Entidades criticam volta do imposto para importação de veículos híbridos e elétricos
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a medida pretende ajudar a indústria nacional, desenvolvendo a cadeia produtiva do setor
Por: Ícaro Gonçalves

Após o retorno do imposto para importação de veículos híbridos e elétricos ser aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex), entidades representativas do setor de mobilidade sustentável criticaram a decisão e defenderam que a volta do imposto deve prejudicar as vendas dos veículos.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a medida pretende ajudar a indústria nacional, desenvolvendo a cadeia produtiva do setor e acelerando a descarbonização (redução de emissões de gás carbônico) da frota brasileira.
O cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos é o seguinte: 10% de Imposto de Importação em janeiro de 2024; 18% em julho de 2024; 25% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026.
Para o Instituto Brasileiro da Mobilidade Sustentável (IBMS), o aumento tarifário e a limitação de cotas já a partir de 2024 contradizem a tendência global de estímulo à mobilidade sustentável e impõem uma freada abrupta nesse avanço tecnológico.
“Esta decisão não apenas desincentiva investimentos, mas também adia a oportunidade de atrair novos recursos para impulsionar a expansão e o desenvolvimento desse segmento no país”, informou o órgão em nota.
“Colocar o Brasil fora da rota mundial na competição dessas soluções desestimula e abandona o interesse de nossa população. O País precisa estimular investimentos na mobilidade sustentável e reduzir a sua pegada de carbono. Infelizmente, no entanto, a decisão recente do governo mostra uma visão focada no para-brisa, que retrocede nosso desenvolvimento, mantendo-nos na retaguarda do progresso global”, complementou.
Já para a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a decisão do Governo Federal “fecha o mercado às tecnologias de baixa emissão antes de as empresas saberem qual será a regra do jogo do futuro regime automotivo”.
“As medidas anunciadas são muito ruins para a eletromobilidade” – disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “Elas atendem principalmente ao lobby das associações que defendem os combustíveis fósseis, e não aos interesses dos consumidores e da sociedade brasileira, que apoiam um transporte moderno e não poluente”.
Até junho de 2023, a frota de carros elétricos em circulação no Brasil soma mais de 158,6 mil unidades.
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