Caiado e Lula parabenizam Milei pela vitória na Argentina

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizaram, ainda na noite de domingo (19), o presidente eleito da Argentina, Javier Milei. Pelas redes sociais, ambos classificaram o resultado como vitória da democracia.

“Numa bela festa democrática, os argentinos votaram, com maioria robusta, em um projeto de mudança, cansados que estão de uma sucessão de governos populistas que levaram o país a uma crise profunda, atolado numa inflação que já passa dos 140%”, escreveu o goiano e emendou: “Foi também uma vitória da democracia, construída com eleições limpas, que desenham agora um novo momento de esperança para o país.”

Ele ainda desejou sucesso ao presidente eleito e que ele tanha “êxito em seu propósito de construir um tempo de vida melhor para nossos irmãos argentinos. E que o Brasil se coloque como parceiro, naquilo que nos cabe, nesse processo de reconstrução da Argentina”.

Já o presidente Lula afirmou que a “democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica”.

E ainda: “Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos.”

Candidato da direita radical, Milei venceu o ministro da economia, o peronista Sergio Massa, por 55,7% a 44,3%. “Hoje começa a reconstrução da Argentina, hoje é uma noite histórica para a Argentina”, disse o presidente eleito no discurso de vitória.

“Obrigado a todos os que fizeram que isso fosse possível, à equipe que vem trabalhando há dois anos para conseguir o milagre de ter um presidente liberal e libertário”, continuou. Já o peronista reconheceu a derrota antes do fim do pleito.

“Esta jornada de hoje ratifica uma coisa frente a tanta discussão: a Argentina tem um sistema democrático forte, sólido e que sempre respeita os resultados. Obviamente os resultados não são os que esperávamos, e me comuniquei com Javier Milei para parabenizá-lo, porque é o presidente que a maioria dos argentinos escolheu para os próximos quatro anos”, declarou Massa.

Desafios de Milei

Milei terá pela frente uma série de desafios para governar a Argentina. O principal deles, talvez, seja a inflação. Nos últimos 12 meses, o acúmulo foi de 147%. Para 2023, a previsão é, ainda, de aceleração.

O presidente eleito, por sua vez, pretende suspender a emissão de pesos por parte do Banco Central e dolarizar a economia argentina. Para ele, contudo, a redução da inflação deve levar, pelo menos, dois anos.

Além disso, Milei estará de frente com uma retração de 2,5% neste ano, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional. O país também passou pela pior seca dos últimos 100 anos, além de problemas internos.

Outro ponto que o eleito estará de frente é a pobreza. 14% das pessoas vivem abaixo desta linha, na Argentina, atualmente. Na campanha, ele não apresentou plano para melhorar a situação dos mais pobres, mas falou em eliminar, gradualmente, subsídios e programas de ajuda social.

Ele também vai ter como “herança” um acordo com o Fundo Monetário Internacional que precisará ser renegociado. Já no Congresso, o partido de Milei, A Liberdade Avança, terá 38 deputados. São 247 cadeiras. Além disso, contará com oito senadores de 72. Caberá a ele, se quiser avançar nas pautas, negociar acordos.

Por fim, conforme discursos, Milei pode ficar isolado regional e internacionalmente. Ele já disse que não pretende negociar com parceiros estratégicos, como Brasil e China. Caso retire o país de blocos e organismos multilaterais, ele poderá transformar a Argentina em um pária internacional.