Caneta inteligente e algoritmo fuzzy OPF revolucionam diagnósticos médicos

Pesquisas lideradas pela UFC desenvolvem ferramentas acessíveis e eficazes para diagnósticos ágeis de doenças neurodegenerativas

Postado em: 21-11-2023 às 16h34
Por: Luana Avelar
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Foto: Ribamar Neto/UFC

Nos últimos 25 anos, a incidência global da doença de Parkinson duplicou, afetando mais de 8,5 milhões de pessoas em 2019, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A busca por métodos inovadores de detecção precoce tornou-se importante, e dois estudos liderados pelo Prof. Victor Hugo Costa de Albuquerque, do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará, apresentam uma solução computacional promissora.

O estudo inaugural resultou na criação de uma “caneta inteligente” em colaboração com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Este dispositivo, acoplado a uma caneta convencional, analisa os movimentos durante o teste de diadococinesia em papel, uma avaliação reconhecida na comunidade médica. Embora os resultados tenham sido bons, uma segunda pesquisa foi realizada para aprimorar ainda mais a eficácia do diagnóstico.

O novo algoritmo, conhecido como Floresta de Caminho Ótimo Fuzzy (Fuzzy OPF), foi implementado em conjunto com a caneta inteligente. Desenvolvido pelo Prof. Victor Hugo, este algoritmo revelou-se uma ferramenta robusta na classificação de dados complexos, frequentemente superando os algoritmos convencionais. Os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista internacional Computers in Biology and Medicine.

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A caneta inteligente, de custo acessível e implementação descomplicada, proporciona uma solução economicamente viável para regiões com restrições em serviços médicos. Adicionalmente, a capacidade de realizar análises pela Internet amplia a abrangência do diagnóstico, assegurando tratamento de qualidade mesmo em localidades remotas. Dada a importância da detecção precoce, especialmente considerando que os sintomas mais evidentes da doença frequentemente se manifestam nos estágios finais.

Apesar dos progressos, os pesquisadores enfrentam desafios financeiros na continuidade da pesquisa. O Prof. Victor Hugo enfatiza a importância do suporte financeiro para avançar para os próximos estágios, como a criação de uma plataforma web para tornar o uso do Fuzzy OPF mais acessível aos profissionais médicos.

De acordo com o pesquisador, o Fuzzy OPF transcende a detecção do Parkinson, apresentando potenciais aplicações na identificação de diversas condições de saúde, como câncer de mama e pele. Esse algoritmo se revela uma ferramenta versátil que, embora não substitua a perícia médica, proporciona um suporte para diagnósticos ágeis e precisos.

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