Evento conscientiza sobre o Dia Nacional da Paralisia Cerebral

Inclusão de pessoas com paralisia cerebral é tema de destaque em evento, neste sábado, no Parque Flamboyant

Postado em: 06-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Inclusão de pessoas com paralisia cerebral é tema de destaque em evento, neste sábado, no Parque Flamboyant

GABRIELLA STARNECK

ESPECIAL PARA O HOJE 

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O Dia Nacional da Paralisia Cerebral é lembrado neste mês de outubro. E, para conscientizar as pessoas sobre essa temática, o público goiano pode participar da Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral, neste sábado (6), no Parque Flamboyant. O principal objetivo do evento é promover a inclusão de pessoas com paralisia cerebral – além de debater e conscientizar a sociedade sobre essa condição de saúde. Para isso, uma série de atividades recreativas e culturais ocorrerá no parque – como a apresentação do espetáculo Maria Grampinho.

“A Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral tem uma importância muito grande, porque nossa sociedade ainda está muito atrasada na questão do respeito às diferenças. As pessoas que têm alguma condição de saúde diferente ainda não são tão bem aceitas na sociedade, além disso, não estão participando do convívio social como deveriam”, afirma uma das coordenadoras do evento Leonice Santana Carneiro. Ela ainda relata que as dificuldades não são enfrentadas apenas pelas pessoas que têm paralisa, mas também pelos familiares que vivenciam os preconceitos: “A falta de informação traz diversos problemas para a sociedade”.

A síndrome é a causada pelo desenvolvimento anormal do cérebro, muitas vezes antes do nascimento, por isso é uma das deficiências mais comuns em crianças. Por sua complexidade e grandes variações dos quadros, podendo ter diversos distúrbios associados, tem um grande impacto nas esferas individual, familiar, social e econômica – visto que a reabilitação gera altos custos e exige grande capacitação profissional, apoio dos familiares e da sociedade. Os principais sintomas da paralisia cerebral são fraqueza muscular generalizada, dificuldade respiratória, transtorno de humor, problemas com linguagem e no desenvolvimento motor.

O desconhecimento ainda gera muito preconceito, o que aumenta as barreiras sociais e dificulta o processo natural de desenvolvimento, a participação e a capacitação destas pessoas. Por isso é importante que haja iniciativas voluntárias como Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral para ajudar a incluir, por meio da arte e do esporte, as pessoas com paralisia, garantindo os direitos de todos esses cidadãos aos apoios necessários e à participação concreta na sociedade.

Evento 

A Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral está sendo promovida pela Re Up- Reabilitação Especializada e a Clínica Movere, em parceria com a ONG Moradia e Cidadania e apoio teatral do Instituto Arte e Inclusão (Inai), Centro Goiano de Voluntários (CVG) e Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). O principal intuito do evento é mobilizar a sociedade, por meio da informação, para a verdadeira inclusão das pessoas com Paralisia Cerebral. Para a coordenadora do evento, o conhecimento liberta. 

“Acreditamos que, através da informação de qualidade e da integração por meio da arte, a gente tenha condição de alcançar cada vez mais um público maior para esclarecer questões ligadas à paralisia cerebral. Como é o cotidiano dessas pessoas? O que pode limitar a participação delas na sociedade? Queremos contribuir para reverter esse cenário. Por isso usamos as hashtags ‘eu sou capaz’, ‘estamos aqui’. O objetivo é enxergar essas pessoas sob um novo olhar para ajudá-las a estarem incluídas no convívio social.

A Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral conta com atividades recreativas e apresentações culturais como o espetáculo Maria Grampinho. Camisetas ilustradas pela artista plástica Tatianny Leão, com edição limitada, também serão vendidas antecipadamente para arrecadar recursos para a causa da paralisia cerebral em Goiânia. Toda a programação irá ocorrer no Parque Flamboyant. 

“Escolhemos esse espaço, porque, além de ser um local público e mais democrático, a gente sabe da importância da integração com a natureza para essas crianças”, afirma Leonice. O evento está sendo organizado desde o ano passado por voluntários – tanto profissionais da área de reabilitação, como também por artistas e pais de crianças com paralisia cerebral. Toda a programação é gratuita. 

‘Maria Grampinho’

O espetáculo, que será apresentado pelo Núcleo de Artes Integradas e Inclusão Basileu França (NAIBF), do Itego em Artes Basileu França, foi inspirado na obra literária O que Teria na Trouxa de Maria, de Diane Valdez, e embalado pelas músicas de Débora de Sá e Lua Barreto. “Além dessa trilha sonora, ainda trazemos, Nada Impeça que eu Seja Feliz, de Leci Brandão, que abre as discussões sobre o olhar para as eficiências e não para as deficiências. Outro compositor que contribui com a dramaturgia é Milton Nascimento, com a música Maria Maria – fechando com a perspectiva da diversidade, da luta pela causa da pessoa com deficiência”, afirma o diretor do espetáculo, Thiago Santana.

Segundo o diretor de Maria Grampinho, a organização do Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral procurou a direção da escola solicitando uma apresentação artística. “Recebemos o convite para participar deste evento importantíssimo que vai discutir políticas públicas voltadas para pessoas com paralisia cerebral. Ficamos muito felizes por poder apresentar Maria Grampinho durante a programação deste evento, pois o NAIBF visa à inclusão de pessoas com e sem deficiência nas artes em geral”, esclarece.

O espetáculo conta a história de uma mulher pequena e negra, que vive perambulando pelas ruas da Cidade de Goiás, com uma trouxa na cabeça. Maria Grampinho é o nome da personagem principal, e seu dormitório é o porão da Casa da Ponte. No entanto algumas indagações permanecem um mistério: Quem foram o pai, a mãe e a avó de Maria? Quantos anos ela tem? Essas perguntas continuam sem resposta… Maria Grampinho segue errante, sendo motivo de algazarra das crianças. Entretanto, ela tem pouso certo e é muito amada por duas famílias vilaboenses.

“O espetáculo aborda a temática da inclusão através das músicas e coreografias. No elenco, temos pessoas com e sem deficiência, a exemplo da atriz com paralisia cerebral que interpreta uma namoradeira da Cidade de Goiás. Os demais apresentam deficiência intelectual, cegueira e deficiência física”, afirma Thiago Santana. O espetáculo também é dirigido por Gilvana Machado, coreografado por Itana Fleury, e conta com direção musical de Nildo Santos. A interpretação está a cargo dos integrantes do Núcleo de Artes Integradas e Inclusão Basileu França (NAIBF), além da Interpretação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por Sarah Melgaço e figurino produzido em parceria com os alunos do Curso Superior de Produção Cênica do Basileu França.

Manhã Cultural pela Paralisia Cerebral

Quando: sábado (6)

Onde: Parque Flamboyant (R. 15, 103-157, Jardim Goiás – Goiânia)

Horário: das 9h às 12h

Entrada gratuita 

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