1º de novembro: Dia Mundial do Veganismo

O veganismo tem como foco principal a questão ética, de luta pela libertação e não exploração animal

Postado em: 01-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O veganismo tem como foco principal a questão ética, de luta pela libertação e não exploração animal

SABRINA MOURA*

O veganismo – lembrado mundialmente neste dia 1º de novembro – é uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade. As pessoas aptas a essa ‘dieta’ são conta a exploração dos animais e tudo que está ao seu alcance, que envolva o sofrimento dos animais. 

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Vegano X vegetariano

Vegetarianismo e veganismo têm ganho cada vez mais popularidade. Apesar de terem muitas semelhanças, os dois grupos divergem em alguns pontos, formando identidades completamente diferentes para os indívíduos que fazem parte desses grupos.

O veganismo tem como foco principal a questão ética, de luta pela libertação e não exploração animal. Seus adeptos não consomem nenhum produto de origem animal. Isso implica em uma atitude mais radical por parte do vegano ou vegan – como é chamado o adepto do veganismo – em relação ao vegetariano.

O vegetarianismo, por sua vez, não é uma prática alimentar motivada somente por questões éticas. Também envolve questões de saúde ou religiosas. O vegetariano não se alimenta de carne, mas continua consumindo produtos de origem animal, como ovos e laticínios. Quando a motivação é ética, sua prática é menos radical e menos coerente, isso porque vai contra a matança, mas não contra a exploração no sentido amplo, abrindo concessão à indústria de laticínios, ovos e outros.

Pessoas que possuem dietas que incluem comidas de origem animal têm mostrado ter maior probabilidade de ter doenças degenerativas, incluindo doenças do coração. Segundo informações da nutricionista Mônica Laboissiere Camargos, as dietas são constituídas basicamente de vegetais, frutas, leguminosas, sementes e castanhas.Possuem três categorias, sendo elas: o vegan, que é um padrão muito rigoroso ‘puro’; o lacto, um padrão que usa leite e o ‘lacto-ovo’, um padrão alimentar que usa leite e ovos. “As dietas vegetarianas podem ser saudáveis quando cuidadosamente planejadas e monitoradas. Não existe uma receita de bolo. Sua avaliação tem que ser individual respeitando idade, sexo, fatores genéticos, presença ou não de alguma patologia, hábitos, horário de alimentação, atividade física, etc”, explica Mônica. 

Mônica acredita que essa comemoração seja importante para trazer uma consciência alimentar melhor, um estímulo para as pessoas, pois esse tipo de padrão alimentar combate a obesidade, a constipação, a doença caronariana, o diabetes, a hipertensão e a doença diverticular. “Aderir ao veganismo também ajuda a incidir na redução do câncer de mama, do câncer de colon e calculos biliares”, expressa ela. “Em um estudo realizado recentemente, foram detectados que os indivíduos que tinham uma dieta vegetariana teriam IMC mais baixo que o restante, teriam o colesterol ‘bom’, um HDL mais elevado e maiores níveis de antioxidante”, completa a nutricionista. 

Ter um acompanhamento nutricional é de extrema importância pois as maiores complicações de uma dieta vegetariana são: anemia ferropriva (por deficiência de ferro), deficiência de vitamina B12, raquitismo, dietas volumosas e sem nutrientes adequados, deficiência de vários aminoácidos e óleo essenciais. O consumo alto de fitato durante a dieta pode gerardoenças como: calculo, anemia, perda de memória, fraqueza muscular, perda de massa óssea, ganho de peso ou peso muito abaixo do recomendado e irritabilidade.

Para se iniciar uma dieta equilibrada, Mônica Mônica Laboissiere Camargos recomenda passar primeiro pelas etapas lacto – ovo, depois lacto (vegetariana) e, logo em seguida, vegano. “Minimize a ingestão de alimentos menos nutritivos, como doces e alimentos gordurosos. Escolha produtos integrais ou não refinados. Opte por uma variação de castanhas, legumes, frutas e vegetais, incluindo boa fonte de vitamina C para melhorar absorção de ferro. Procure auxílio com profissionais adequados para ajudar na combinação de fontes complementares de proteína e monitoramento bioquímico evitando deficiências”, finaliza ela.

Veganos evitam o uso de cosméticos, produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. O vegano defende o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais. São divulgadas, entre a comunidade vegana, extensas listas de marcas e empresas de cosméticos, produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas, zoológicos ou qualquer coisa que explore os animais, de algum modo, também são ‘boicotados’ pelos veganos, pois essas práticas implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento. Veganos não caçam e não promovem nenhum tipo de pesca.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

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