Câmara Municipal segue como objeto de desejo dos pré-candidatos

Os parlamentares têm o poder de desequilibrar o jogo ao oferecer, a quem quer que seja, um importante pé nas costas. Em outras palavras, o empurrão que muitos querem e todos precisam

Postado em: 04-05-2024 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Câmara Municipal segue como objeto de desejo dos pré-candidatos
A aposta se justifica pelo entendimento comum acerca da importância de cada um dos nomes que ali estão para seus projetos políticos | Foto: Câmara Municipal de Goiânia

Conforme as negociações sobre o período eleitoral que se aproxima vão se afunilando, cada vez mais os pré-candidatos à prefeitura de Goiânia se movimentam de olho em ampliar espaço em meio aos 35 vereadores da capital. A aposta se justifica pelo entendimento comum acerca da importância de cada um dos nomes que ali estão para seus projetos políticos.

Recorrentemente se ouve que os vereadores são os “representantes legítimos” dos setores e bairros. Alguns chegam a ser vistos em determinadas localidades como figuras tão importantes, ou mais, que o próprio prefeito. E é de olho nesse ‘poder de influência’ que os pré-candidatos buscam pavimentar caminhos que possibilitem qualquer negociação que ofereça vantagem na briga pela principal prefeitura de Goiás. 

Por tal discernimento, o ex-pré-candidato à prefeito pela base governista, Jânio Darrot, não pensou duas vezes em buscar diálogo com a Câmara Municipal de Goiânia. Queria, claro, o apoio da Casa na jornada rumo ao ‘projeto dos sonhos’. O resultado até foi positivo. Os políticos demonstraram abertura e pediram, à época, que Jânio intensificasse as movimentações em regiões estratégicas da cidade. 

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O desenrolar dessa história, no entanto, todos conhecem. Jânio não durou muito no páreo e saiu dele tão rápido quanto entrou em cena. O time governista, sob a regência de Ronaldo Caiado (UB), dobrou a aposta. Dessa vez, porém, em direção a um novo político. Os moldes se mantiveram os mesmos: um empresário, gestor, entusiasta, moderado. 

Sando Mabel, o escolhido, tal qual seu antecessor, não titubeou na aposta de querer a Câmara ao seu lado. Buscou imediatamente uma aproximação com a Casa, dias depois da  mesma abrir diálogo com Darrot. Nesse cenário, foi mais que depressa ao encontro dos vereadores. . 

O encontro contou com uma mesa regada a suco, refrigerantes e bons salgados, mas não só: teve também um estreitamento de laços e uma quebra de gelo que deixou o pré-candidato empolgado.  

Na última sexta, o nome do UB reforçou a dose. Ele esteve reunido, no diretório do MDB na capital, com os vereadores do partido. O vice-governador Daniel Vilela não estava em Goiânia na ocasião. A equipe da sigla tentou conectá-lo por videoconferência. Dentre os assuntos pautados esteve, claro, a escolha da vice. Como mostrado pelo O HOJE, a base governista enfrenta um descompasso entre seus membros que, em uma queda de braço, disputam o passe pela indicação. 

O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) tem a máquina na mão e conta, hoje, com a maioria da Casa. Apesar dos emedebistas ocuparem o protagonismo em número de vereadores — são onze — e, em paralelo, terem no horizonte a definição de que caminharão ao lado de Caiado, uma importante fatia do Parlamento segue como alvo de disputa e serão, daqui até as convenções, assediados por muitos nomes que possuem real interesse no pleito.

O argumento é simples: é sabido que os vereadores podem auxiliar o prefeito, que podem fiscalizar o Executivo, que podem aprovar leis em função do bem-estar social, mas, quando o assunto passa pelas eleições, que podem muito mais do que tudo isso junto. Os parlamentares, a voz mais próxima do povo, têm, sobretudo, o poder de desequilibrar o jogo ao oferecer, a quem quer que seja, um importante pé nas costas. Em outras palavras, o empurrão que muitos querem e todos precisam. 

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