10 livros gratuitos e virtuais de Machado de Assis

Estes livros são capazes de te levar a verdadeira viagem ao universo literário

Postado em: 28-05-2024 às 15h04
Por: Eduarda Leão
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Livros de Machado de Assis. | Foto: Amazon

Machado de Assis é um dos maiores nomes da literatura brasileira e as obras do escritor são capazes de surpreender qualquer leitor. O autor já escreveu poesias, romances, contos, crônicas, críticas e até mesmo, peças de teatro.

E não para por aí, para aqueles que não abrem mão de um bom momento de leitura, existe uma biblioteca virtual em que os livros do escritor brasileiro estão disponíveis gratuitamente para ser lido a qualquer momento.

Acesse o link dos livros virtuais disponibilizados gratuitamente:

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https://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/itemlist/category/23-romance

Meu caro leitor, agora que você já tem em mãos este site sensacional, confira a seguir uma lista com 10 livros imperdíveis de Machado de Assis que você precisa conhecer.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Brás Cubas – autodenominado “defunto-autor” – narra de maneira irônica, espirituosa e pessimista toda a sua existência. Tendo como ponto de partida seu próprio funeral, ele revisita, em tom de conversa com o leitor, os episódios mais significativos de sua vida, incluindo: seus poucos amores, Marcela, Eugênia e Virgília; seu reencontro com o amigo de infância, Quincas Borba, um dos personagens machadianos mais conhecidos; e sua ideia obsessiva pela criação de um emplasto para tratar pessoas hipocondríacas, que fora um fracasso, embora ele não o admita.

“Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.”

Por meio das memórias de Brás Cubas, o genial Machado de Assis nos guia pelas reminiscências de um dos personagens mais icônicos da literatura brasileira, e que, ao chegar ao outro lado, ainda descobre que não está quite com a vida, pois, segundo suas próprias palavras: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”

A ressurreição

“Este é um romance que marcará época na nossa literatura e será para Machado de Assim o começo de uma carreira triunfal”, escreveu Joaquim Serra, para um jornal de Porto Alegre (RS), em 1872.

Décadas mais tarde, um dos maiores biógrafos do autor: Jean – Michel Massa, professor emérito da Universidade de Rennes 2 (França), afirmou ” É indispensável conhecer as fases iniciais do escritor Carioca e não se concentrar de maneira de maneira excessiva e exclusiva em sua maturidade”.

Sem pretender um livro de costumes, o autor expõe neste seu primeiro romance o contraste entre duas personalidades, Lívia e Félix, este considerado por alguns estudiosos o rascunho de Bentinho, um dos personagens – chave da literatura nacional.

A Mão e a Luva

Segundo romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1874, embora não tenha toda grandiosidade das obras mais famosas, merece posição de grande destaque. A história se desenrola de maneira agradável, interessante e até cômica. A crítica à sociedade e seus interesses, ainda mais fortes à época do que hoje, dão a tônica deste livro.

Apesar de a obra ser enquadrada na fase romântica do autor, em vez dos recursos clássicos do Romantismo enredos rocambolescos, plenos de coincidências, reviravoltas, surpresas e suspenses Machado prefere um texto contido, minimalista em termos de trama, de análise psicológica, e com uma elegância estilística que foi se aperfeiçoando até atingir seus píncaros na chamada fase realista. Apenas nas últimas linhas deslinda-se o título, escolhido de forma rigorosa pelo autor e que sintetiza o intuito da obra.

Helena

O romance machadiano que conquistou as leitoras de folhetim e inspirou mais adaptações para telenovelas. Quando um abastado patriarca carioca falece, o testamento surpreende a todos: seu último desejo é que a família acolha uma filha ilegítima que ele escondera de todos em vida. Helena se revela uma jovem gentil e encantadora, disposta a encarar o desafio de conquistar seu lugar entre a família, mas novos segredos podem ameaçar esse processo.

Publicado pela primeira vez em 1876, este livro mistura amores proibidos, dramas familiares e conflitos de classe, e foi uma das obras mais adaptadas para telenovelas na história do país. A partir das relações entre a protagonista e cada membro da família – uma tia desconfiada, um irmão curvado sob o fardo de ser o novo chefe da família e um padre muito disposto a aconselhar a todos –, Machado de Assis constrói uma trama que já revela as sarcásticas críticas sociais que o consagraram.

Iaiá Garcia

Considerado pela crítica como a melhor obra da chamada “fase romântica machadiana”, Iaiá Garcia foi o quarto dos noves romances publicados pelo autor. O enredo conta a história de Estela, uma das mais belas e éticas protagonistas machadianas, subjugada pela maior vilã das histórias de Machado, Valéria Gomes.

Essa tem como dama de companhia Estela, que por sua vez, após se apaixonar por Jorge, filho de Valéria, vê-se afastada de sua paixão. Iaiá Garcia é uma história de enredo envolvente e possui muitas reviravoltas, com apelos sentimentais, mostrando o que o amor ou o orgulho são capazes de fazer diante dos valores individuais.

Casa Velha

Casa Velha é o único romance de Machado de Assis que não foi publicado em forma de livro enquanto o autor estava vivo. Editado como folhetim pela revista A Estação entre 1885 e 1886, resgata traços da primeira fase literária do autor.

Entremeada por temas dos primeiros romances de Machado, a obra trata principalmente da ascensão social por meio do casamento. Narrado por um padre que investiga documentos sobre o Primeiro Reinado na residência de um falecido ministro, o livro se debruça sobre a fortuita paixão entre o herdeiro Félix e a agregada da casa, Lalau.

Esquecida por anos, a história acabou redescoberta por críticos e pesquisadores da obra de Machado de Assis e finalmente ganhou sua merecida edição em 1943.

Quincas Borbas

O romance a ascensão social de Rubião que, após receber toda a herança do filósofo louco Quincas Borba – criador da filosofia “Humanitas” e muda-se para a Corte no final do século XlX.

Na viagem de trem rumo à capital, Rubião conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, qua percebe estar diante de um ingênuo – e agora rico – provinciano: impressão que também é compartilhada por todos os que estão ao seu redor. As desventuras de Rubião e sua relação com os amigos parasitários dão a tônica da obra, que critica o convívio social e os valores morais e éticos vigentes na época.

Dom Casmurro

Em Dom Casmurro, o narrador Bento Santiago retoma a infância que passou na Rua de Matacavalos e conta a história do amor e das desventuras que viveu com Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e intrigantes da literatura brasileira.

Nas páginas deste romance, encontra-se a versão de um homem perturbado pelo ciúme, que revela aos poucos sua psicologia complexa e enreda o leitor em sua narrativa ambígua acerca do acontecimento ou não do adultério da mulher com olhos de ressaca, uma das maiores polêmicas da literatura brasileira.

Esaú e Jacó

“Esaú e Jacó” (1904) é marcado pelo tom sarcástico e, ao mesmo tempo, pelo cinismo do Conselheiro Marcondes Aires, que testemunha os percalços enfrentados por Natividade, a mãe de Pedro e Paulo: gêmeos, bem-sucedidos e inimigos. Ao longo da história, pontuada por episódios os mais divertidos, percebe-se a maestria do escritor em revelar o comportamento de determinados tipos sociais na Corte, no final do século XIX.

O romance tem sido objeto crescente de estudos por parte da crítica machadiana, que deve alçá-lo ao merecido lugar de destaque em nossa literatura realista. Marcado por uma série de intrigas, eis um dos livros mais enigmáticos de Machado de Assis, denso e crítico a um só tempo.

Memorial de Aires

Por ser o último romance de Machado de Assis, Memorial de Aires tem muitas características particulares e interessantes. A obra é a única do autor que tem um formato de memórias registradas em um diário.

Os relatos do Conselheiro Aires percorrem os anos de 1888 e 1889, ou seja, anos em que ocorreram dois fatos importantes na história do país: a abolição da escravatura e a proclamação da República. No enredo há temas substanciais como a morte, a solidão na velhice, e, como característica fundamental de Machado, a descrição das fraquezas humanas.

Para muitos, o livro tem características autobiográficas, mas são apenas cogitações, o fato é que esta obra é uma síntese bem acabada das muitas histórias legadas pelo autor à nossa literatura.

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