Milhões de venezuelanos votam em eleição histórica

Cerca de 21 milhões de venezuelanos passam o domingo (28) indo às urnas para eleger o próximo presidente – em eleição histórica

Postado em: 28-07-2024 às 15h59
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Milhões de venezuelanos votam em eleição histórica
Resultado deve ser respeitado, conforme sinalização de ambos os grupos | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Cerca de 21 milhões de venezuelanos passam o domingo (28) indo às urnas para eleger o próximo presidente – em eleição histórica -, que vai governar o país sul-americano entre 2025 e 2031. O atual presidente, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, enfrenta nas urnas nove concorrentes.

Esta é a primeira eleição, desde 2015, em que toda a oposição aceitou participar do pleito. Desde 2017, os principais partidos de oposição vinham boicotando as eleições nacionais.

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As pesquisas eleitorais da Venezuela divergem sobre o resultado do pleito presidencial. Enquanto algumas enquetes dão a vitória com ampla margem ao principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, outros levantamentos apontam para uma vitória do atual presidente Nicolás Maduro, também com uma margem confortável.

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Bloqueio
Ao mesmo tempo, a Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial pelo menos desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro.

O país vizinho também passou por grave crise econômica no período, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), o que resultou na migração de mais de 7 milhões de pessoas.

Desde meados de 2021, o país vem mostrando alguma recuperação econômica. A hiperinflação controlada, e a economia voltou a crescer em 2022 e 2023, porém, os salários continuam baixos e os serviços públicos deteriorados.

Desde 2022, o embargo econômico flexibilizou-se e um acordo entre oposição e governo firmado para as eleições deste ano. Porém, denúncias de prisões de opositores nos últimos dias e recusas a assinar acordo para respeitar o resultado eleitoral por alguns candidatos da oposição, entre eles, o favorito Edmundo González, jogam dúvidas sobre o dia após a votação.

Domingo de eleição histórica

Mais cedo, o presidente Nicolás Maduro que tenta se reeleger votou em Caracas, capital venezuelana.

“Reconheço o árbitro eleitoral. E tudo o que o árbitro eleitoral disser será reconhecido. Não apenas reconhecido, mas defendido”, afirmou aos jornalistas antes de deixar o local de votação.

Por fim, o candidato da oposição, Edmundo González, também compareceu às urnas. Após votar, ele declarou à imprensa que o espírito democrático dos venezuelanos está mais vivo do que nunca.

“Confiamos que as Forças Armadas vão respeitar a decisão do nosso povo”, afirmou.

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