Cartão de vacina atualizado é essencial no combate às doenças erradicadas

Uso da caderneta proporciona um registro de saúde abrangente para crianças até os 9 anos, incluindo o histórico de vacinação e orientações sobre desenvolvimento

Postado em: 31-07-2024 às 03h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Carolina Almeida, mãe da pequena Esther, já saiu da maternidade com as primeiras vacinas da bebê feitas e a caderneta da filha em mãos | Foto: Divulgação/SMS

Atualmente, especialistas em imunização de Goiás acreditam que o Estado, e a nação, correm um sério risco de um retorno de doenças erradicadas pela baixa cobertura vacinal. A imunização de doenças como poliomielite está a mais de dez pontos abaixo do recomendado pelo Ministério de Saúde de 95%. No final de junho foi divulgado pelo jornal O HOJE que o possui apenas 79,42% das crianças com menos de cinco anos foram vacinadas com a vacina oral da poliomielite (VOP). 

Contudo, isso não é o caso para o pequeno Lorenzo de dez anos, filho da assessora Kattia Rodrigues. Desde que Lorenzo era pequeno, a sua mãe tinha como uma das maiores preocupações a atualização da cobertura vacinal, especialmente quando pegou o diagnóstico de que seu filho era portador da Síndrome de Down. e que pode desencadear uma baixa na imunidade. “Depois que eu recebi o diagnóstico [da sindrome] do meu filho eu fui me informar sobre os cuidados para ele. E uma das coisas que o pediatra comentou era a importância do calendário de vacina”.

O comprometimento de Kattia com Lorenzo é tanto que alega que faz anos que o pequeno não pega uma virose ou até mesmo resfriado severo. Além de estar presente nos dias marcados da carteira de vacinação, vai ao no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) todos os anos para reforçar a imunização do pequeno das doenças sazonais. Como exemplo disso, fala que há quatro anos não gasta dinheiro com hospitais e medicamentos pela imunização dobrada do filho dela 

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Apesar do comportamento de Kattia ser considerado comum para muitas pessoas, já não pode ser algo considerado como universalizado entre os pais de crianças. De acordo com a gerente de imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) em substituição, Allessandra Santana, diz que desde 2016 os índices de cobertura vacinais apresentam uma queda constante. Com a pandemia de covid-19, os índices pioraram ainda mais com a quarentena e o crescimento do movimento antivacina.

O aviso é especialmente importante para pessoas que pertencem a grupos de risco, uma vez que, assim como Lorenzo sem as vacinas, podem ter a imunização prejudicada por alguma comorbidade. “Temos várias doenças e as pessoas que são grupo de risco [e não foram imunizadas] devem ficar atentas. Para isso temos vacinas variadas para todas as idades”, explica. 

Por causa disso, avisa como a carteira de vacinação é fundamental para diminuir a circulação de microrganismos prejudiciais à saúde. Sobretudo, a devida atenção para as datas previstas na carteira de vacinação física. Apesar de haver um sistema de carteira de vacinação digital e integrado do Sistema de Saúde Único (SUS), a especialista lembra que é importante guardar o documento físico para melhor assegurar as datas e as vacinas que já foram aplicadas.

Contudo, nada disso basta se as pessoas optarem por não vacinar, como ocorre atualmente. Segundo ela, membros da teoria da conspiração do movimento antivacina utilizam fake news para assustar a população a não se protegerem das doenças. Por causa disso, a pasta tem impulsionado o seu próprio programa de imunizações e propagação de informação junto com a parceria de municípios para alavancar a importância das vacinas bem como a segurança delas. Como afirmam, os imunizantes passam por estudos e testes rigorosos antes de serem aplicados na população.

Por causa disso, afirma que não há desculpa para não vacinar ou levar o ente querido para se imunizar. “Temos mais de 900 postos de saúde em Goiás com profissionais capacitados para vacinar. Temos dialogado também com o Ministério da Saúde para que a vacina tenha papel prioritário nos assuntos dos municípios”. 

Para a Klau Bueno, que é mãe de uma criança e um bebê, se preocupa com a redução dos índices vacinais mesmo que os filhos dela estejam com a imunização em dia. Muitos destes ambientes que os pequenos frequentam como as escolas e são locais com potenciais riscos de contaminação. Por causa disso, reitera que os pais têm de contribuir para manter estes locais seguros, bem como a responsabilidade deles com as vidas dos pequenos.

Além das vacinas, documento orienta sobre cuidados indispensáveis

A eficácia comprovada das vacinas incluídas no calendário básico de vacinação das crianças, e a importância dos pais manterem a vacinação da Covid e outras doenças em dia, é ressaltada pela pediatra Luana Dias, que também informa que a conferência das vacinas e o esclarecimento sobre elas deve ser feito durante as consultas pediátricas, com o médico e outros profissionais de saúde que acompanham o bebê.

“Na caderneta é possível ter um controle sobre quais e quando a criança deve tomar cada vacina. A vacina do Covid surgiu como uma grande aliada na prevenção de formas graves da doença para nossas crianças e hoje ela faz parte do calendário nacional do SUS. A vacinação no Brasil é um grande instrumento para a erradicação de doenças na nossa sociedade. Graças a ela, conseguimos retirar de circulação algumas doenças devido à vacinação em massa da população. Ela é importante para todos, sendo importante também os adultos se vacinarem, pois assim, indiretamente acabam protegendo as crianças pequenas que ainda não têm idade para tomar certas vacinas”, conclui a médica.

Com a caderneta dos filhos em mãos, as mães que dão à luz na Santa Casa recebem, ainda na maternidade, as orientações sobre a importância dos cuidados com os filhos desde o nascimento, além de informações das primeiras avaliações, exames e vacinas do bebê, informa a enfermeira Luiza de Paula.

“Nas cadernetas dos bebês nascidos aqui na santa casa, nós já registramos os dados de nascimento como as medidas antropométricas, que incluem o peso, comprimento, perímetro cefálico e perímetro torácico; também informamos o número da declaração de nascido vivo, do cartão SUS, as primeiras vacinas realizadas e informações sobre os exames do teste do olhinho e coraçãozinho.

As mães também são atendidas pela equipe multiprofissional que tira as dúvidas sobre as orientações disponíveis na caderneta; como os cuidados com o recém nascido, amamentação e o desenvolvimento desse bebê”.

A paciente, Carolina Almeida, mãe da pequena Esther, já saiu da Santa Casa com as primeiras vacinas da bebê feitas e a caderneta da filha em mãos. “Nas minhas consultas de pré-natal eu fui informada da importância da caderneta da criança pra tudo né. Para acompanhar o desenvolvimento da minha bebê e ficar atenta às vacinas porque eu sei que seguindo todas as orientações e cuidados, a minha filha vai ter saúde”, afirma a mãe.

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