Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

O que a máscara não pode esconder

Confira a crônica escrita por Jordana Ayres, estudante de jornalismo e estagiária do jornal O Hoje | Foto: Reprodução

Postado em: 07-03-2021 às 10h40
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: O que a máscara não pode esconder
Confira a crônica escrita por Jordana Ayres, estudante de jornalismo e estagiária do jornal O Hoje | Foto: Reprodução

Jordana Ayres 

Entender as próprias emoções nunca foi uma tarefa fácil, principalmente porque olhar para dentro de si pode gerar dor, conflitos e questionamentos. No último ano, devido a Covid 19, todas as pessoas do mundo, independente da raça, do gênero ou da classe social foram obrigadas a se adaptarem a um estilo de vida completamente diferente do que sempre foi entendido como normal. Essa mudança de realidade trouxe consigo o aumento da convivência, evidenciando problemas familiares que costumavam ser ignorados devido a correria do dia a dia.

Segundo o Colégio Notarial do Brasil, entidade que reúne os cartórios de notas do país, o segundo semestre de 2020 registrou o maior número de divórcios para o período desde o início da prática do ato em cartório, em 2007. O total foi de 43.859 dissoluções matrimoniais. O número é 15% maior do que os 38.174  casos ocorridos no segundo semestre de 2019. Outubro foi o mês com maior número de divórcios desde 2007 – mais de 7,6 mil no país. Em Goiás, comparando os dados de 2019 com os dados do ano passado, os divórcios tiveram um aumento de 33%,8. 

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Esses dados, ao serem analisados, gera uma pergunta: o real problema foi o momento pandêmico ou já existia entre esses casais a falta de amor, sintonia, cumplicidade e empatia? Verdades sejam expostas, a quarentena devido aos impactos físicos, emocionais e financeiros, acentuou pontos de divergência que já eram considerados como algo intrínseco aos casais, como a toalha molhada jogada em cima da cama, as rotinas puxadas de trabalho, a falta de relação sexual e a sobrecarga de tarefas, porém,não pode ser considerada como o principal motivo das separações.

Manter um casamento feliz nunca foi e nunca será um desafio fácil de ser cumprido, pelo contrário. Os casais que juntos decidiram assumir a responsabilidade do matrimônio na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza precisam descobrir novos caminhos que os levem ao desfrute que só a vida a dois pode oferecer. Sexo apimentado, buquês de flores e almoços de domingo na casa da sogra não são atributos que conseguem, de maneira isolada, mantera plenitude do relacionamento.

É necessário, portanto, que ambos consigam encontrar um tempo para conversarem de maneira pacífica a respeito de queixas e insatisfações ao invés de simplesmente ignorarem e fingir que nada está acontecendo. É importante que os motivos que os fizeram estar juntos desde o princípio, sempre sejam lembrados; se isso não acontecer, quando os dias de dificuldade chegarem, dificilmente permanecerão juntos. O casamento é uma via de mão dupla, não basta apenas um estar satisfeito com tudo o que está acontecendo, um se esforçar para fazer dar certo sim os dois. Se o diálogo não se tornar um exercício frequente, a tendência é que os cartórios que também realizam a união civil se tornem apenas centros especializados em divórcios. 


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