Alunos da UFG sofrem com insegurança

Apesar de medidas que visam aumentar a segurança no Câmpus Samambaia, estudantes ainda enfrentam os reflexos do crime

Postado em: 16-10-2017 às 18h30
Por: Lucas de Godoi
Imagem Ilustrando a Notícia: Alunos da UFG sofrem com insegurança
Apesar de medidas que visam aumentar a segurança no Câmpus Samambaia, estudantes ainda enfrentam os reflexos do crime

Wilton Morais*

“Tínhamos a sensação que aqui
dentro estava mais protegido. Mas o Câmpus está mais perigoso que lá fora”,
define a estudante de enfermagem, Monique Soares. Apenas na semana passada, a
Polícia Militar prendeu dois jovens, no Câmpus Samambaia da Universidade
Federal de Goiás (UFG), que confessaram o plano de roubar um veículo nas
dependências da unidade.

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De acordo com a universidade,
algumas ações têm sido realizadas para garantir a segurança, como, por exemplo,
a implantação de câmeras de videomonitoramento de alta resolução instaladas em
pontos vulneráveis, incluindo as entradas e saídas do Câmpus; a revisão
periódica da iluminação e poda de árvores; como também o reforço na vigilância
motorizada, com rondas próximas aos pontos de ônibus, e antecipação das rondas
na parte da manhã – período em que têm sido registradas algumas ocorrências.

Apesar disso, a estudante Nathalia
Xavier acredita que algo mais poderia ser feito, para garantir a melhor
segurança nas dependências da universidade. “Estamos no campus desde às 8
horas. Apenas agora [por volta das 15h] que vimos segurança aqui para baixo. Eu
venho aqui quatro vezes por semana. No ano passado eu andava mais tranquila,
diferente deste ano”. Em seguida, a estudante que vai para a universidade de
van escolar e costuma voltar para casa de ônibus complementou em relação as
paradas de ônibus. “O primeiro ponto sempre é mais vazio. É inseguro”.

A estudante Monique Soares,
complementou. “Até vemos os seguranças. Mas acho que são poucos. A cada meia
hora que observamos eles passando por algum lugar. Também estão instalando
câmeras de segurança. Mas elas só capturam quem está entrando no ônibus. Abaixo
do ponto de ônibus não há imagens”, disse.

Monique também acredita, que o
policiamento deveria ser mais presente, de forma que os estudantes fiquem protegidos.
“É meio complicado falar de novas medidas de segurança aqui. O Câmpus é muito
grande. Se a Polícia Militar fosse entrar aqui, realmente para ajudar, não haveria
problemas. Agora, se for para reprimir os alunos, acho que devem continuar do
lado de fora”, assegurou Monique.

Medidas para garantir
a segurança são discutidas

Pós-graduando em filosofia, o
estudante Darley Alves Fernandes destaca que já ouviu várias histórias acerca
de insegurança no Câmpus.Venho
pouco, mas ouvimos muito falar sobre a segurança. Não sei qual seria a solução,
existe um debate muito amplo”, ressaltou acerca das medidas. 

Procurada, a UFG esclareceu que vem
realizado diversas reuniões com autoridades da segurança pública para discutir
alternativas para garantir mais segurança em seus espaços. “As reuniões também
têm o objetivo de discutir a elaboração de um protocolo de atuação conjunta nas
situações em que seja necessária a ação da PM nas áreas internas dos Câmpus. A
PM tem feito rondas no local, esclarecendo que não há nenhum impedimento de
ordem legal para a que a PM entre nas áreas da Universidade, especialmente
quando a segurança de membros da comunidade universitária estiver em risco”,
afirmou por meio de nota.

Além disso, a Universidade
reconheceu o crescimento da violência no Câmpus, assim como nas demais partes
da Região Metropolitana de Goiânia. Como alternativas, além das ações, um relatório da comissão responsável pela Política de Segurança da UFG, foi concluído e
prevê ações a serem executadas em curto, médio e longo prazos.

“Entre as medidas previstas
no relatório está a instalação de centrais de segurança em todas as regionais”.
A UFG também ressaltou a disponibilidade do aplicativo para celular Minha UFG. A ferramenta pode ser
baixada gratuitamente e possui a opção de registro de denúncias relacionadas à
segurança. O registro online é recebido imediatamente pela
equipe de segurança da Universidade, que toma as providências para solucionar o
problema. No aplicativo é possível acompanhar, em tempo real, a resolução da
ocorrência. Além disso, o Minha UFG disponibiliza acesso rápido aos telefones
de emergência de todas as regionais.

Por fim, a reitoria da universidaderessaltou
manter contato permanente com as instituições de segurança pública para
discutir alternativas que contribuam para diminuir os problemas de segurança e
para buscar apoio para a implementação de ações de prevenção e combate à
violência. Já o coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE),
Fábio Antônio de Oliveira Junior, esclareceu que a discussão tem acontecido, e
a sugestão tem sido uma polícia mais humanizada no Câmpus.

“O problema da segurança é
referente a todas as esferas do Governo. Precisamos de mais concursados
federais na segurança. A Policia Federal, por exemplo não é presente aqui
dentro. No âmbito estadual falta atuação da Polícia Civil, falta investigação
ainda mais quanto ao tráfico de drogas”, assegurou. “Não temos um
posicionamento fechado ainda, a respeito da atuação da PM aqui dentro. Por
conta de repressão. Mas há a necessidade de autuações alternativas das
políticas no Campus”, complementou Fábio.

Acerca do poder municipal, o
representante do DCE apontou a questão do transporte coletivo. “Não entra na
questão de polícia, mas faz necessária a iluminação e a qualidade do
transporte. Algumas faculdades são muito escuras, e isso não é apenas no Câmpus
Samambaia, como também no Setor Universitário”, ponderou.

(Wilton Morais é integrante do
programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades
Rhudy Crysthian) 

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