Privatizar o Eixo não é viável, diz especialista

Segundo professor, seria necessário uma revisão na situação financeira da Metrobus antes de haver privatização

Postado em: 19-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo professor, seria necessário uma revisão na situação financeira da Metrobus antes de haver privatização

Higor Santana*

A privatização da Metrobus voltou a estar em discussão entre o governo e prefeitura de Goiânia. Ambos concordam que a privatização da empresa pode amenizar os transtornos com os ônibus do Eixo Anhanguera. Mas para o professor e especialista em transporte Marcos Rothen, a privatização não deve ser uma decisão viável, já que segundo ele, é necessário uma revisão na situação financeira da empresa.

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Marcos afirma que existem dois fatores ocorridos nos últimos anos que inviabilizam essa privatização. “O primeiro foi que a Metrobus voluntariamente começou a repassar um valor maior do que arrecada nas extensões do Eixo Anhanguera e com isso perdeu muito de sua receita. O segundo foi que passou a contribuir com o consórcio da REDEMOB com aproximadamente R$ 2 milhões por mês, com isso teve um abrupto aumento dos custos”, afirma.

O governador Ronaldo Caiado, durante encontro com o prefeito de Goiânia, reiterou seu interesse em tirar do Estado a responsabilidade do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana. “Hoje, na situação difícil em que se encontra na área da segurança, educação e saúde, o governo não tem que tomar conta de ônibus, isso não é função de governante em nenhum lugar do mundo onde se faz política séria”, assinalou.

O governador também reafirmou seu desejo pela privatização. “Sempre deixei isso muito claro e nunca tive dúvidas”, afirmou. Além da possível saída da Metrobus por meio de privatização, Caiado já sinalizou a saída integral do Estado da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). Um projeto enviado a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás previa apenas a retirada da Agência Goiana de Regulação (AGR), mas a matéria voltou à Casa Civil para colocar no texto a saída total do Poder.

O prefeito de Goiânia concordou com a afirmação do governo e relacionou a privatização como uma correção imediata. “A prefeitura inclusive vai abrir licitação para buscar a melhor empresa para substituir a função do Estado. É importante estudar uma correção imediata do transporte coletivo, para que a prefeitura tenha autoridade de aumentar a passagem de ônibus em Goiânia. Essas empresas que fazem as linhas alimentadoras têm correspondido, mas quando chega no ‘eixão’, é passageiro chegando atrasado no trabalho, ‘grilado’, mas vamos corrigir isso daí”, disse o prefeito.

Privatização

O especialista em transporte Marcos Rothen alerta sobre as consequências que a Metrobus adquiriu. “Da junção, diminuição da receita com aumento de custos, a empresa passou a ter muito prejuízo e com isso não consegui fazer a manutenção adequada dos ônibus. Que começaram a estar indisponíveis para começar o trabalho de manhã e também começaram a enguiçar muito na rua durante o dia”, afirma.

Ainda de acordo com o especialista, informações sobre o Balanço da Metrobus de 2017, publicados no diário oficial do estado comprovam as ações da empresa, relacionadas ao Eixo Anhanguera. Sobre uma possível solução, o especialista esclarece. “Para resolver o problema do Eixo, precisa-se primeiro resolver essas sangrias nas contas dela, e depois verificar a sua real situação financeira”, disse. (Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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