Cientistas descobrem ondas gravitacionais previstas há 100 anos por Einstein
A novidade foi publicada na revista cientÃfica Physical Review Letters e divulgada simultaneamente nos EUA e na cidade de Cascina, na Itália, onde está o projeto Virgo, colaborador das pesquisas do Ligo
Confirmando rumores que circulavam há alguns dias, o
Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo, sigla em
inglês), dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira (11) a descoberta das
ondas gravitacionais previstas, há um século, pela Teoria da Relatividade de
Albert Einstein.
“É a primeira detecção direta das ondas gravitacionais
e abre um novo capÃtulo na astronomia”, declarou o cientista italiano
Fulvio Ricci, coordenador do Virgo. Previstas há um século por Einstein, as
ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por
eventos cósmicos violentos, como quando se atira uma pedra em uma lagoa.
No caso das ondas descobertas pelo Ligo, a origem do
fenômeno está na colisão entre dois buracos negros ocorrida 1 bilhão de anos
atrás. Ou seja, para a fÃsica a novidade é duplamente surpreendente, já que
também dá a primeira prova direta da própria existência dos buracos negros.
“Observamos o primeiro evento em absoluto no qual uma
colisão não produz dados observáveis, a não ser por meio das ondas
gravitacionais. Durou uma fração de segundo, mas a energia emergida foi enorme,
equivalente a três massas solares”, acrescentou Ricci.
Os dois buracos formavam um “casal”, ou seja, um
sistema binário no qual um orbitava em torno do outro. “Tinham uma massa
de 29 a 36 vezes superiores à do Sol. Se aproximaram a uma velocidade
impressionante, próxima daquela da luz. Quanto mais se aproximavam, mais amplo
e frequente ficava o sinal, como um zumbido agudo. Então ocorreu a colisão, um
gigantesco choque no qual se formou um único buraco negro”, explicou o
cientista italiano.
O primeiro sinal que confirma a existência das ondas
gravitacionais foi detectado pelo Ligo em 14 de setembro de 2015, dentro de uma
janela de apenas 10 milissegundos, na Europa, pelo italiano Marco Drago, enquanto
se encontrava na cidade alemã de Hannover. A descoberta ocorre três meses
depois do centenário da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, que
revolucionou a compreensão do universo.
Desde já, a novidade é forte candidata e levar o prêmio Nobel
de FÃsica em 2016.
(Agência Brasil) (Imagem:PHD TV)