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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Política

Pressão de governadores surte efeito; Dilma cede

Presidente do consórcio de governadores, Marconi Perillo coordenou frente que reivindicou renegociação de dívidas dos Estados

Postado em 12 de fevereiro de 2016 por Redação
Pressão de governadores surte efeito; Dilma cede
Presidente do consórcio de governadores

Venceslau Pimentel

Apressão dos governadores para que a União renegocie as dívidas de estados e municípios, surtiu efeito. O decreto da presidente Dilma Rousseff (PT), facilitando o processo, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. Ele permite que os governos possam discutir com o Tesouro Nacional as alterações nos índices de correção dos contratos, sem prejuízo a eventuais ações judiciais questionando os valores dessas dívidas.

O decreto 8.665, de 10 de fevereiro de 2016, altera o decreto 8.616, de 29 de dezembro de 2015, que regulamenta o disposto na lei complementar nº 148, de 25 de novembro de 2015, no que se refere aos termos aditivos aos contratos de financiamento e de refinanciamento de dívidas; e também faz alterações ao artigo 2º da lei 9.496, de setembro de 1997.

Lei aprovada pelo Congresso Nacional, em 2014, mudou os indexadores dos contratos das dívidas, do IGP-DI para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), somando-se a ele mais 4% de juros ou pela taxa Selic. A escolha, obviamente, se dará pela menor taxa.

Ocorre que, ao regulamentar a lei, por orientação da equipe econômica, ficou determinado que a renegociação só seria permitida se os devedores abrissem mão de ações judiciais. Essa exigência caiu, assim como a necessidade de a alteração passar pelo crivo dos respectivos legislativos estaduais. Da mesma forma, os governos estaduais não precisam mais se submeter ao cumprimento legal dos limites e condições para a realização de operações de crédito.

Na reunião de dezembro, em Porto Velho, o Fórum de Governadores do Brasil Central havia decidido propor à União a suspensão temporária do pagamento das dívidas. A entidade, coordenada pelo governador Marconi Perillo (PSDB), é formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins e Distrito Federal. Juntos, esse grupo acumula uma dívida estimada em R$ 4 bilhões. Desse total, já foram pagos R$ 23 bilhões nos últimos anos e ainda resta um saldo devedor de R$ 36 bilhões.

Na mesma reunião, o Fórum aprovou resolução criticando alterações no Fundo Constitucional Centro-Oeste (FCO), com ressalvas à política da presidente Dilma, de fazer ajuste fiscal tendo como foco a formação do superávit primário.

Ontem, o governo federal anunciou que vai adiar para março o decreto de contingenciamento do orçamento da União de 2016, para fixar meta de superávit primário, economia que é feita para pagamento de juros da dívida pública.

Bloqueio

Por não ter pago parte da parcela de janeiro da dívida com a União, de R$ 275,7 milhões, o governo do Rio Grande do Sul teve suas contas bloqueadas pela Secretaria do Tesouro nacional. O confisco foi de R$ 151 milhões, sendo R$ 82,8 milhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e R$ 68,2 milhões do ICMS. 

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