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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Mundo

China alerta para guerra na Coreia

País é aconselhado a colocar mais “mísseis” no Noroeste da Ásia, caso a Coreia do Sul instale o sistema antimísseis norte-americano Thaad

Postado em 18 de fevereiro de 2016 por Redação

Um jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC) alertou ontem para os riscos de uma possível guerra na Península Coreana, apoiando as sanções contra a Coreia do Norte e a destruição do seu arsenal nuclear.

Em editorial, o Global Times aconselha também a China a colocar mais “mísseis” no Noroeste da Ásia, caso a Coreia do Sul instale o sistema antimísseis norte-americano Thaad, que, na opinião do jornal, tem como verdadeiro alvo a China.

“A China pode tomar como referência a reação da Rússia aos países do Leste da Europa que instalaram o sistema antimísseis dos EUA”, sugere o jornal, em um artigo intitulado “A China deve se preparar para o pior na Península Coreana”.

Para o Global Times, o país deverá “apoiar firmemente” sanções “mais restritas” contra a Coreia do Norte – aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU – e contribuir para a destruição da “capacidade de desenvolvimento nuclear” do país.

O editorial acrescenta que, em caso de guerra, a China não terá “obrigações morais” neste conflito, visto que os outros intervenientes “não seguiram os seus conselhos”.

“O fracasso em resolver a crise nuclear é o resultado das intenções dos EUA de controlar o noroeste da Ásia e sua intromissão para travar a ascensão da China”, acusa o jornal.

A China é o aliado mais importante da Coreia do Norte e o seu maior parceiro comercial. Até há pouco tempo, as relações entre os dois países eram descritas como “muito próximas”.

Em mapas chineses impressos até cerca de 20 anos atrás, a península coreana correspondia a apenas um país, a Republica Democrática Popular da Coreia, com a capital em Pyongyang, e Seul, capital da Coreia do Sul, tinha estatuto de cidade de província.

Consciente da fonte de tensão regional e do embaraço para a diplomacia chinesa que a Coreia do Norte representa, a China tem enviado cada vez menos missões diplomáticas àquele país, um dos mais isolados do mundo. Em 2014, o presidente chinês, Xi Jinping, visitou a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte.

Caças

Os Estados Unidos enviaram quatro caças F-22 Raptor para a Coreia do Sul, em uma nova demonstração de força para a Coreia do Norte, que fez, recentemente, um exercício nuclear e de mísseis.

Os caças de quinta geração, que podem ficar indetectáveis a radares, voaram a baixa altitude sobre a base aérea de Osan, a aproximadamente 55 quilômetros a sul de Seul, pouco depois de serem enviados para o país asiático, informou a agência de notícias coreana Yonhap.

O destacamento dos quatro caças norte-americanos para a Coreia do Sul é uma ação incomum com a qual, aparentemente, os aliados pretendem demonstrar sua força após as recentes atitudes da Coreia do Norte.

O regime de Kim Jong-un fez um exercício nuclear em 6 de janeiro e, no dia 7 de fevereiro, lançou um satélite espacial, em uma ação fortemente criticada pela Coreia e pelos Estados Unidos, que a comunidade internacional também censurou e considerandou uma exibição de mísseis balísticos velada, o que violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que, por isso, se prepara para anunciar novas sanções à Coreia do Norte.

O F-22 Raptor, um caça importante estrategicamente para o Exército norte-americano, tem tecnologias avançadas e alta capacidade de ataque, sendo também dificilmente detectável nos radares. (Agência Brasil) 

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