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Economia

Governo corta orçamento em R$ 23,4 bilhões

Valor não será suficiente para cumprir meta fiscal prevista para este ano já que boa parte das receitas previstas não devem se confirmar

Postado em 20 de fevereiro de 2016 por Redação
Governo corta orçamento em R$ 23
Valor não será suficiente para cumprir meta fiscal prevista para este ano já que boa parte das receitas previstas não devem se confirmar

Este foi o Contingenciamento anunciado ontem pelo governo federal foi o menor desde 2010 em termos nominais. Naquele ano, o corte de despesas somou R$ 21,8 bilhões. . Esse valor, no entanto, não será suficiente para garantir o cumprimento da meta fiscal prevista para este ano, de R$ 30,55 bilhões, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), já que boa parte das receitas com as quais a equipe econômica conta para atingir o resultado, como a recriação da CPMF, não devem se confirmar.

No ano passado, o governo anunciou um corte inicial de gastos de R$ 69,9 bilhões. Depois, em julho de 2015, outros R$ 8,74 bilhões foram contingenciados.

O Congresso Nacional aprovou o texto do Orçamento de 2016 estabelecendo uma meta de superávit primário (economia que o governo tem que fazer para pagar os juros da dívida) de 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões para todo o setor público (governo, estados, municípios e estatais).

O governo anunciou, ontem, um corte de R$ 23,408 bilhões no Orçamento de 2016 Isso porque boa parte das receitas com as quais a equipe econômica conta para atingir o resultado, como a recriação da CPMF, não devem se confirmar.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 prevê que o governo federal faça uma meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 24 bilhões, ou 0,39% do PIB. Para estados e municípios, a poupança esperada é de R$ 6,55 bilhões (0,11% do PIB). Dessa forma, o setor público consolidado teria um resultado positivo de R$ 30,55 bilhões.

O valor do corte deste ano é bem inferior ao registrado no início do ano passado. O primeiro contingenciamento de 2015 somou R$ 69,9 bilhões.

O governo também anunciou ontem uma revisão de um ponto percentual para baixo da projeção para a queda do PIB de 2016: de -1,9% para -2,9%. Já a estimativa para o IPCA, a inflação oficial, subiu de 6,47% ao ano para 7,10% ao ano.

Apesar do contingenciamento menor de 2016, o ministro do Planejamento, Valdir Simão, afirmou que o “sacrifício” deste ano será muito maior. Ele lembrou que a Lei Orçamentária é R$ 55,5 bilhões inferior à do ano passado:

“Esse número (R$ 23,408 bilhões) é significativo quando comparado com o que temos no Orçamento de 2016. A LOA (Lei Orçamentária Anual) é R$ 55,5 bilhões menor que a do ano passado. Assim, estamos partindo de cenário muito mais restritivo. Este ano, há, por exemplo, uma redução de R$ 1,9 bilhão no limite de empenho num Orçamento que é menor que o de 2015. O sacrifício será maior esse ano”.

Mesmo assim, Simão assegurou que não faltarão recursos para programas sociais importantes como o de combate ao vírus zika, o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria. Simão também se comprometeu a preservar os recursos para áreas como o programa Minha Casa Minha Vida, para o combate à crise hídrica e a realização das Olimpíadas.

O corte no Orçamento também atingiu as emendas individuais dos parlamentares. As emendas individuais obrigatórias sofreram um corte de R$ 1,39 bilhão, reduzindo a verba dos R$ 8,09 bilhões previstos para R$ 6,69 bilhões. Mas os parlamentares perderão um pouco mais, porque as chamadas emendas de bancada obrigatórias, criadas neste Orçamento da Uião de 2016. 

Com isso, segundo o Ministério do Planejamento, os parlamentares perderão mais de R$ 2 bilhões entre emendas impositivas individuais e de bancada.

Com o contingenciamento, a cota individual da cada parlamentar. Das emendas individuais, a cota cai para R$ 11,26 milhões para cada um dos 513 deputados e 81 senadores. Pelas regras orçamentárias, as emendas sofrem o mesmo percentual de corte das despesas do Executivo. 

Para conseguir fechar as contas de 2016, o governo anunciou uma mudança na sistemática de pagamento de precatórios que poderá resultar numa economia gastos de R$ 12 bilhões este ano.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, explicou que existem hoje depositados nos bancos públicos R$ 18 bilhões destinados ao pagamento de precatórios. No entanto, boa parte desses valores acabam demorando a ser sacados. Desses R$ 18 bilhões, por exemplo, R$ 5,6 bilhões têm mais de quatro anos. (Agência O Globo)­ 

Corte no planejamento será de R$ 4,2 bi para 2016 

Principal programa de investimentos do governo federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) terá corte de R$ 4,2 bilhões, anunciou há pouco o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão. Segundo o ministro, será dada prioridade a projetos em fase de conclusão e a ações prioritárias para impedir que obras importantes parem.

Simão explicou a composição do contingenciamento de R$ 23,4 bilhões no Orçamento, também anunciado pelo governo. Além dos cortes no PAC, o Orçamento terá o bloqueio de R$ 11 bilhões nas demais despesas discricionárias (não obrigatórias) e de R$ 8,2 bilhões nas emendas parlamentares.

Com o contingenciamento, o orçamento para o PAC caiu de R$ 30,7 bilhões para R$ 26,5 bilhões. A dotação das emendas caiu de R$ 14,8 bilhões para R$ 6,6 bilhões. O valor inclui não apenas as emendas individuais, mas as emendas coletivas e de bancada.

Em relação às demais despesas discricionárias, a dotação passou de R$ 86,7 bilhões para R$ 75,7 bilhões. Desse total, cerca de R$ 12 bilhões virão de mudanças na política do pagamento de precatórios (despesas que a Justiça manda o governo pagar). (ABr)

Economia deve contrair 2,9% este ano 

Pouco mais de um mês após a sanção do Orçamento-Geral da União, o governo voltou a diminuir a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) para este ano. Segundo números divulgados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a estimativa de contração da economia passou de 1,9% para 2,9% em 2016. O Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado é de R$ 6,194 trilhões.

A estimativa aproxima-se das previsões do mercado financeiro. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras, o mercado prevê queda de 3,33% do PIB em 2016.

O governo aumentou para 7,10% a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2016. A estimativa anterior, que constava do Orçamento original, era de 6,47%, também pelo IPCA.

A projeção para o IPCA também está mais otimista que as estimativas do mercado. A última edição do Banco Central estimava inflação oficial de 7,72% neste ano. O salário mínimo utilizado no cálculo é o que já está em vigor, de R$ 880, desde janeiro. (ABr)

 

 

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