Clubes não querem perder associados
Para não correrem o risco de enfrentarem o fechamento de suas portas, eles investem em novidades de lazer
Flaviane Barbosa
Há um ano o Estado de Goiás presenciou o fechamento de um dos mais famosos de clubes de lazer. O Jóquei Clube de Goiás Central cessou as atividades de academia, piscina e quadras poliesportivas. No período de fechamento, Luiz Fernando de Moraes assumiu a presidência e se deparou com dívidas do clube que chegam a R$ 30 mil de energia e R$ 15 mil de água.
Além do acúmulo de dívidas, o presidente informa que durante o funcionamento do clube, algumas atividades que geravam renda, tiveram que ser eliminadas, como o aluguel do espaço para eventos festivos, pois os moradores da redondeza reclamavam da poluição sonora.
Durante um tempo, o clube tentou investir em propagandas para atrair freqüentadores para o Jóquei, mas não teve sucesso, pois sem os eventos a atratividade ficou baixa.
Estratégias
Diante da situação do Jóquei, alguns clubes foram questionados a respeito das estratégias para manter suas atividades, atrair freqüentadores e fidelizar os associados, para que casos não fecharem as portas.
O tradicional Clube Jaó há dez anos presenciou um crescimento no ramo de vendas de condomínios-clube. Wagner Silva, coordenador administrativo e comercial do estabelecimento, diz que percebeu que por conta do crescimento (não só em Goiás, mas no Brasil todo), o movimento nos clubes ficou comprometido. Mas, depois de um tempo, viu que as famílias buscavam outras alternativas, além de terem os serviços de um clube dentro de casa. ‘Elas queriam interagir com outras pessoas e fazer novas amizades”, aponta.
Wagner, que trabalha no local há mais de dois anos, fala que o Jaó decidiu investir em novidades para atrair freqüentadores. Entre as estratégias de estão o Baile de Máscaras e matinê para crianças no carnaval, torneios esportivos, recreação com aulas de dança e shows. Ele descarta a possibilidade de fechamento do clube, pois o o local oferece atrações diferenciadas e a tendência é atrair cada vez mais frequentadores.
Há dois anos, o Country Clube vem presenciando uma queda na freqüência de seus associados. Para sanar o problema, o espaço investe em shows, campeonatos esportivos e café da manhã, é o que afirma Júlia (funcionária do local que peidu para não ser identificada). Ela ressalta, que apesar da diminuição do movimento, não acredita que o clube possa ter o mesmo destino do Jóquei, pois é tradicional e bem formado.
O Diretor Administrativo do Clube de Engenharia de Goiás, Luiz Queiroz, relata que hoje o clube que conta com 1.300 associados e tem perdido uma média de cinco deles por semana desde novembro do ano passado. Para ele, a crise no setor de engenharia e os shoppings, que são considerados um de seus concorrentes, são grandes vilões para o reflexo desta situação. Ele diz que a saída para atrair os freqüentadores do local, é a criatividade e o investimento em melhorias. Luiz afirma que o clube tem investido no atendimento de qualidade, infraestrutura e mobiliário do local.
Condomínios clubes
O assessor de comunicação do Clube de Engenharia, Eduardo Rocha, atenta também para outro concorrente. Os condomínios clubes. Ele conta que alguns de seus associados deixam de freqüentá-lo porque mudam para condomínios que oferecem o mesmo tipo de lazer do local, e o clube passa a ser segunda opção. “O Engenharia busca estar no azul. Investe em publicidade,marketing e locação do espaço”, afirma Eduardo.
Forte concorrente
Os condomínios clubes são fortes concorrentes dos clubes de Goiás. Essa é a opinião de Rafael Carrijo, gerente da unidade Urbs RT Private. Ele conta que há cinco anos a venda de casas e apartamentos em condomínios-clube aumentou. Para o gerente, o principal motivo é a segurança de não precisar sair de casa para ter todas as atividades que se pode usufruir em um clube, além de evitar o trânsito da cidade.
O corretor da Imobiliária Alfa Center, Marcos Vaz, percebeu que o aumento na procura por condomínio-clube ocorre há dez anos. A tendência no mercado se dá pela busca de conforto e segurança de quem o procura.
De acordo com José Raimundo, corretor da imobiliária Conectiva Imóveis, a primeira pergunta que as pessoas fazem ao procurarem casas ou apartamentos em um condomínio é sobre o lazer. Ele ressalta que essa tendência ocorre há mais de dez anos e afirma que esse tipo de moradia hoje em dia está bastante acessível, atendendo às necessidades das pessoas que têm uma vida corrida e podem contar com estes serviços sem sair de casa.