ONU ajuda refugiados na Síria
Operação foi possível devido à cessação de hostilidades acordada na semana passada. Apesar da iniciativa bem-sucedida, mais de 400 mil sírios continuam vivendo sob cerco na Síria.
Na última quinta-feira (18), o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, reuniu-se com representantes do Grupo de Apoio Internacional ao país (ISSG) para definir as próximas operações da força-tarefa responsável por entregar assistência humanitária a zonas sitiadas da nação em guerra.
Na véspera (17), a ONU e parceiros conseguiram levar suprimentos para 82 mil pessoas vivendo sob cerco em Moadamiyeh, Zabadani, Madaya, Foah e Kefraya.
“Esse é, esperançosamente, o começo do fim do sofrimento dos civis sírios”, afirmou o conselheiro especial de Mistura, Jan Egeland. Estima-se que, entre o contingente que recebeu alimentos, água, vacinas, materiais médicos e de saneamento na quarta-feira, 35 mil eram crianças.
A entrega da assistência foi possível devido à cessação das hostilidades em algumas regiões da Síria. A interrupção dos confrontos foi acordada na semana passada pelo ISSG, que também determinou a criação de uma força-tarefa específica, responsável por coordenar operações humanitárias. Mistura lembrou que, apesar da iniciativa pontual bem-sucedida, mais de 400 mil pessoas permanecem sob cerco pelo governo, pela oposição e pelo grupo Estado Islâmico (ISIL).
“Nós discutimos a próxima fase, que é alcançar todas as áreas sitiadas remanescentes na Síria, e devemos ser capazes de fazer isso antes da próxima reunião, que será em uma semana”, informou o enviado especial após a reunião com membros do ISSG. As Nações Unidas e o Grupo Internacional estão preocupados com os sírios morando em enclaves controlados pelo ISIL, como a cidade de Deir ez-Zor. A única maneira de levar suprimentos para essas populações é por meio de lançamentos aéreos.
De acordo com Egeland, o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) já tem um plano concreto para realizar esse tipo de operação, que conta com o apoio e consenso de diferentes Estados-membros, como a Rússia e os Estados Unidos.
O conselheiro especial também chamou a atenção para os residentes de Aleppo, Idlib e Daraa. Desde o início de fevereiro, cerca de 70 mil pessoas foram deslocadas nessas províncias devido aos contínuos confrontos armados. Bombardeios aéreos também atingiram essas regiões, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
“Esperamos que os Estados-membros (no ISSG) continuem nos ajudando, como eles têm ajudado, tanto do lado do governo quanto do lado dos grupos de oposição, de modo que nós possamos realizar novos progressos no acesso ao povo da Síria que, claramente, já esperou demais pela assistência”, disse o conselheiro. (ONU Brasil)