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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Cidades

Fumacês dão lugar às práticas bombas costais

Na batalha contra o Aedes aegypti, o alto custo e prejuízo para o meio ambiente são substituídos pela maior eficiência e menor gasto

Postado em 23 de fevereiro de 2016 por Redação
Fumacês dão lugar às práticas bombas costais
Na batalha contra o Aedes aegypti

Karla Araujo

Diante da baixa eficiência e alto custo do UBV, conhecido popularmente como Fumacê, as bombas costais têm sido o principal instrumento contra o mosquito Aedes aegypti em Goiás. O coordenador-geral de controle ambiental de vetores da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás (SES), Marcello Rosa, explica que são necessárias até quatro pulverizações com fumacê veicular. Já com as bombas costais motorizadas, necessita-se apenas de uma pulverização para que o mesmo efeito seja alcançado. 

Segundo Rosa, o fumacê produz resultado do muro para fora e várias barreiras físicas impedem a entrada das gotículas nos domicílios, como copas de árvores, muros, outdoor, ventos, chuvas, janelas e portas fechadas. “Os mosquitos ficam geralmente debaixo de camas, atrás de sofás e estantes”, afirma o coordenador. 

No caso das bombas costais, a probabilidade das gotículas chegarem aos locais preferidos dos mosquitos é maior e aumenta a eficiência. Além disso, diz Rosa, o impacto ambiental causado pelas bombas é menor, pois o inseticida utilizado não elimina apenas o Aedes aegypti, mas a grande maioria de artrópodes, inclusive alguns predadores dos mosquitos. Isso acontece porque a aplicação do fumacê é geral, mas o veneno da bomba é levado a um local específico. 

“Até o presente momento não verificamos redução nas notificações associadas ao uso do fumacê. Isso porque as pulverizações sem a realização da eliminação dos criadouros são inócuas”, explica Rosa. De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz, enquanto o inseticida de um fumacê elimina um mosquito fêmea no ambiente, é possível que exista de 400 até 1.500 Aedes ainda na fase aquática, ou seja, ovos, larvas e pupas.

Números

De acordo com a SES, os fumacês são utilizados conforme o cenário epidêmico. Em Goiânia, por exemplo, eles não são empregados desde o início da seca de 2015, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), pois as bombas costais têm dado a resposta necessária. O Estado de Goiás possui 52 fumacês veiculares e 650 bombas costais, que são abastecidas com o mesmo inseticida. Ainda segundo a SES, esse número é suficiente, conforme parâmetros do Ministério da Saúde, baseado no número de imóveis dos municípios e Estado. 

Além disso, de acordo com Marcello Rosa, o custo dos fumacês é elevado, pois inclui a folha de pagamento dos servidores – 2 para cada veículo – e combustíveis. “Há também perda ambiental inestimável. O fumacê pulveriza inseticida, e isso pode eliminar outros artrópodes importantes ao meio ambiente e contaminar água, ar e solo. Portanto, o seu uso precisa ser extremamente restrito, conforme critério técnicos”, lembra o coordenador.

Saúde

Por recomendação do Ministério da Saúde, fumacês e bombas em Goiás são abastecidos para o combate ao Aedes aegypti com organofosforado chamado Malathion EW 44%, que é solúvel em água e não tem cheiro. De acordo com a SES, nas doses recomendadas e usadas na saúde pública não apresentam riscos à saúde humana.

No caso de animais de estimação, porém, é preciso tomar alguns cuidados. No momento da pulverização, aquários, gaiolas e bebedouros de animais devem ser protegidos. Mesmo que a pequena dose de inseticida pulverizado no ambiente não seja letal para o ser humano, pode representar perigo para pequenos animais.

 

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