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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Cidades

Centro terá Zona 40 a partir desta sexta

Objetivo é reduzir a quantidade de acidentes de trânsito na região. Especialista questiona eficiência da mudança

Postado em 24 de fevereiro de 2016 por Redação
Centro terá Zona 40 a partir desta sexta
Objetivo é reduzir a quantidade de acidentes de trânsito na região. Especialista questiona eficiência da mudança

Karla Araujo 

Anunciado no fim do ano passado pelo prefeito Paulo Garcia, o limite de 40km/h em determinadas vias do Centro de Goiânia começa a valer nesta sexta-feira (19), como informou o titular da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT), Andrey Azeredo, ao O HOJE. A mudança tem como objetivo reduzir a quantidade de acidentes de trânsito na região e incentivar os cidadãos andar pela região a pé ou de bicicleta. 

A chamada Zona 40 abrange parte das avenidas Araguaia, Paranaíba, Tocantins e todos os trechos das vias que ficam entre elas, como parte das avenidas Goiás e Anhanguera. Além disso, o limite de velocidade de 40 km/h também será obrigatório nos anéis interno e externo da Praça Cívica. Como parte da Zona 40, também será implantada na região mais uma ciclorrota, com percurso de três quilômetros pelas Ruas 1, 2, 3, 4, 6 e 8. Segundo o secretário, a trajetória dará acesso à ciclovia da Rua 10. 

Azeredo ainda informa que a nova regra funcionará em regime educativo até o dia 31 de março. A partir da data, os motoristas que forem flagrados com velocidade acima do permitido serão multados. “Teremos agentes de trânsito na região durante toda a fase educativa. Depois disso, os radares fixos começarão a funcionar para multar os condutores que desrespeitarem a norma”, explica Azeredo. 

O secretário explica que o projeto foi desenvolvido por causa da intensa concentração de comércios, escolas e órgãos públicos na região. Azeredo lembra que em 2013, aconteceram 600 acidentes com feridos na região e três pessoas morreram. No ano seguinte, foram registrados cerca de 400 acidentes e cinco pessoas morreram. “Na nossa visão, nenhuma vida perdida no trânsito é moralmente aceita”, afirma Azeredo. 

Não é só reduzir a velocidade, diz especialista

Para a arquiteta e urbanista com doutorado em transportes e pós-doutorado em mobilidade urbana, professora e pesquisadora na Universidade Federal de Goiás (UFG), Erika Cristine Kneib, a diminuição de velocidade de veículos motorizados é excelente para a cidade. Porém, segundo a especialista, o projeto isolado pode ter problemas para atingir o objetivo.  

“A redução do limite de velocidade deve ser uma consequência de outras políticas públicas de incentivo ao transporte não motorizado e deslocamento a pé, como mudanças nas calçadas e na largura das vias”, avalia Erika. No caso das avenidas Tocantins, Araguaia e Paranaíba, por exemplo, a especialista afirma que o novo limite pode não funcionar porque todos os elementos apontam para uma via de alta velocidade. 

Para Azeredo, neste momento a única mudança será quanto a redução da velocidade. Ele antecipa queo, já existe o projeto, Domingo no Centro, que incentiva os pedestres a ocuparem as ruas da região durante parte do fim de semana. 

 Cidadãos se preocupam com trânsito travado

 O taxista Osmar Ferreira da Silva, 55, trabalha na região há dez anos. A preocupação dele é em relação ao acúmulo de carros em pequenos trechos. “Agora, o cliente vai reclamar  e do valor  da corrida”, diz Osmar. João Pereira, 68, trabalha como motorista em uma casa de apoio  e acredita que o trânsito travará. “Entendo a mudança para quem trabalha por perto, mas as pessoas que apenas passam pelo Centro serão prejudicadas”, lamenta. 

Membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás e professor do curso de Arquitetura da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Fernando Camargo Chapadeiro afirma que a mudança é positiva, mas encontrará resistência da população que utiliza as vias com frequência. “Há um senso comum que tudo gira em torno do automóvel.  

 

 

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