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domingo, 1 de setembro de 2024
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Economia

Juros de cartão de crédito chegam a 439,5% ao ano

Taxa é a menor desde 2011, quando o Banco Central passou a registrar os dados de cartões de crédito.Cheque especial tem alta recorde desde 1994

Postado em 25 de fevereiro de 2016 por Redação
Juros de cartão de crédito chegam a 439
Taxa é a menor desde 2011

Arecessão econômica bateu em cheio no mercado de crédito no Brasil em janeiro. Cautelosos, os bancos emprestam menos e com taxas recordes. A concessão de novos empréstimos para famílias e empresas despencou 25%. Os juros pagos pelas pessoas físicas, por exemplo, com créditos livres (sem contar os financiamentos da casa própria) subiu de 63,7% ao ano para 66,1% ao ano apenas no mês passado. É a maior taxa desde quando o Banco Central passou a registrar os dados em 2011. Todas as modalidades de crédito estão mais caras. A inadimplência desse tipo de crédito aumentou de 6,1% para 6,2%: o maior patamar desde setembro de 2013.

Os bancos tiveram um leve aumento do custo de captar dinheiro e na hora de repassar para os clientes cobram muito mais. Assim, as taxas de juros dispararam. Todos os tipos de empréstimos estão mais caros. Até mesmo o consignado em folha de pagamento. A taxa subiu, em média, de 28,8% ao ano para 29,3% ao ano.

O brasileiro que não consegue sair do cheque especial paga 292,3% ao ano. É 5,3 ponto percentual do que tinha de arcar em dezembro. É o maior percentual desde 1994. Já a taxa para quem está pendurado no rotativo do cartão de crédito subiu oito pontos percentuais, de 431,4% ao ano para 439,5% ao ano – em 12 meses, o aumento foi de 104,9 pontos percentuais. É a maior taxa desde 2011, quando o Banco Central passou a registrar os dados de cartões de crédito.

Com renda menor, o brasileiro deixou de pagar prestações do carro, boleto de compra de bens, parcelas do cartão de crédito, CDCs e até mesmo o financiamento da casa própria. O nível de calote de empréstimos habitacionais, por exemplo, subiu e passou de 2% para 2,1% em janeiro.

“A inadimplência vem crescendo gradualmente, mas num ritmo considerado moderado quando a gente contrasta isso com a magnitude da retração da atividade econômica. É natural que num momento de retração haja um grau de restrição de rolagem de dívidas”, justificou o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, que completou: “Se olhar o desemprego, o nível de inadimplência foi relativamente modesto. O crescimento de inadimplência é ruim para o sistema. O benefício aqui é o ritmo lento”. 

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