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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Política

Aumenta distância entre Dilma e o PT

Presidente, que se encontra no Chile para uma reunião, não tinha decidido se participaria das comemorações dos 36 anos do PT, no Rio de Janeiro

Postado em 28 de fevereiro de 2016 por Redação
Aumenta distância entre Dilma e o PT
Presidente

Aguerra fria entre o PT e a presidente Dilma Rousseff, que começou ainda no primeiro mandato, chegou esta semana a seu ápice. Com a decisão tomada nesta sexta-feira de ampliar sua visita ao Chile até a tarde deste sábado, Dilma, a não ser que mude de ideia na última hora, estará ausente da comemoração dos 36 anos do partido, no Rio. Se no primeiro mandato o principal motivo de divergências girou em torno da definição de quem – Lula ou ela – seria o candidato a representar o projeto político ainda com alta popularidade nas eleições de 2014, agora a disputa é pela simples sobrevivência. Na tentativa de resistir simultaneamente à maior crise econômica dos últimos 20 anos e às denúncias da Operação Lava-Jato, a presidente e o PT escolheram rotas distintas.

Em busca de sua sobrevivência como presidente, Dilma tenta colocar de pé uma agenda que vai na contramão do que quer o PT. Decidida a apresentar a reforma da Previdência e a aprovar medidas econômicas duras para debelar a crise econômica, Dilma resolveu resistir às pressões petistas, criando um ambiente de litígio.

Nos últimos dias, três movimentos da presidente demarcaram a crise com seu partido: ela não aceitou o convite da direção do PT para aparecer na propaganda partidária, que foi ao ar na última terça-feira; desistiu de participar do evento partidário de hoje e deixou os senadores petistas falando sozinhos contra um projeto do tucano José Serra (SP), que mudou as regras de exploração do pré-sal, acabando com a exclusividade da Petrobras. Enquanto o PT lutava contra a alteração, ministros, com o aval de Dilma, negociavam com Serra e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pequenos ajustes no texto.

Com o discurso ético esfacelado e sob risco de perder o que ainda tem de base social, o PT, por sua vez, busca em bandeiras históricas uma volta por cima. Rejeita a reforma da Previdência, que ainda nem foi apresentada pelo governo, e critica a política econômica conduzida pelo ministro Nelson Barbosa (Fazenda), depois de ter pressionado pela saída do liberal Joaquim Levy do posto.

– A reforma da Previdência, a política econômica, a questão da Petrobras, o pacote fiscal estão criando um choque entre o palácio e o PT. Ou o governo começa a ter uma política mais próximas às bandeiras históricas do PT, ou o PT vai ficar com o povo e se afastar do Planalto. Está se criando uma situação muito difícil. A reforma da Previdência vai unir todo mundo contra ela: servidores públicos e trabalhadores – afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS).

As divergências em relação ao governo Dilma foram explicitadas na reunião do diretório nacional, nesta sexta-feira, no Rio. (ABr) 

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