Goiás contra dengue reduz focos, mas doença avança
Notificação equivocada de zika e volta do vírus tipo 3 da dengue são apontados como explicação para situação
Deivid Souza
O secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, apresentou na manhã desta terça-feira (1º) um balanço da força-tarefa “Goiás contra o Aedes”, iniciada em dezembro do ano passado. Um comparativo entre janeiro e fevereiro demonstrou uma queda de 42,72% na quantidade de criadouros do Aedes aegypti, transmissor da dengue, vírus zika e chikungunya.
O percentual de imóveis visitados com focos do mosquito passou de 3,98% para 2,28% no período. Ainda assim, o número de casos dos dois primeiros meses de 2016 é 9,7% maior que o mesmo período de 2015. Entre 3 de janeiro e 20 de fevereiro a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) notificou 32.647 casos de dengue. No ano passado, o somatório do mesmo período, ou seja, das primeiras sete semanas epidemiológicas resultou em 29.739 casos da doença.
O secretário atribuiu o acréscimo à circulação do tipo 3 da dengue ao qual é considerado que a maior parcela da população não está imune; à notificação equivocada de casos de vírus zika como dengue e ao fato de que embora criadouros tenham sido destruídos, mosquitos que nasceram antes da força-tarefa continuam em ação.
Perigo
O vírus tipo 3 da dengue voltou a circular no Estado em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal. No final do ano passado foram dois casos. Vale ressaltar que o exame que detecta o tipo de dengue é feito por amostragem. Esse vírus tem como particularidades a ocorrência de complicações neurológicas como desorientação, agitação, irritabilidade e, nos casos mais graves paralisia facial e nos membros inferiores.
Apesar dos desafios, o secretário reconheceu o empenho da população no combate ao mosquito. “Há uma conscientização da população que tem ajudado muito, que tem colaborado, que tem contribuído e nos deixa animados e motivados que nós vamos conseguir nosso objetivo que é a médio e longo prazo erradicar o Aedes aegypti de Goiás”, considerou Vilela.