Passagem de ônibus volta para R$ 3,30
CMTC foi notificada na última terça-feira (1º) da decisão do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual
Deivid Souza
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou ontem que notificou as empresas concessionárias do transporte coletivo de Goiânia e o operador da bilhetagem/Sitpass a retornar o valor da passagem para R$ 3,30. A CMTC foi notificada na última terça-feira (1º) da decisão do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Élcio Vicente da Silva. A partir de hoje, os usuários vão pagar o valor de R$ 3,30 nos equipamentos embarcados em todos os ônibus e os instalados nos acessos dos terminais e estações de embarque. Os ajustes de parametrização dos dispositivos levam 48 horas e hoje estarão ajustados conforme decisão judicial.
A reportagem de O HOJE também entrou em contato com Consórcio da Rede Metropolitana do Transporte Coletivo (RMTC) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET), mas ambos, a exemplo da CMTC, também afirmaram que não iam conceder entrevista sobre o assunto. Após a decisão da Justiça de suspender o reajuste de 12,12%, o presidente do SET, Décio Caetano, afirmou que, sem o aumento era impossível manter o sistema funcionando. “Com a crise econômica, a demanda caiu muito. Apenas neste ano já registramos redução de 8%. De 2009 a 2014 as empresas acumularam prejuízo de mais de R$ 27 milhões de reais”, disse à época. O sindicato já havia adiantado que vai recorrer da decisão.
Pior
Passageiros de ônibus já temem que o serviço piore ainda mais com o rebaixamento da tarifa de R$ 3,70 para R$ 3,30. “Vai ficar melhor por um lado por causa do preço, mas por outro lado vai ficar pior. Eles não vão deixar isso de graça”, acredita a secretária, Misma Kedma Silva de Oliveira, 49, que utiliza quatro passagens por dia. O estudante, João Victor da Silva, 17, afirma que não fica satisfeito apenas com o retorno ao valor anterior. “A qualidade é péssima há muito atraso no horário dos ônibus e demora passar”, reclama.
O juiz Élcio Vicente da Silva decidiu em 23 de fevereiro pela suspensão do reajuste da tarifa do transporte público. Ele atendeu ao pedido da promotora de Justiça, Leila Maria de Oliveira, que alegou falta de investimentos na qualidade do serviço prestado como motivo para a ação civil pública que protocolou na Justiça. Na sentença, Élcio Vicente determinou que o valor ficasse em R$ 3,30 até a apresentação de defesa, por parte das empresas. A multa para as empresas em caso de descumprimento foi fixada no valor de R$ 20 mil. A tarifa do transporte coletivo havia sido aumentada no dia 6 de fevereiro.