Mais de cem mil elefantes foram mortos três anos
Mundo está “correndo contra o tempo” para salvar vida selvagem da caça ilegal, destacou chefe da ONU
Em comemoração ao Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado no último dia 3 de março, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional que amplie seus esforços de combate à caça e tráfico ilegais de espécies silvestres e produtos delas derivados. Em 2016, os eventos da ONU que marcaram a data contaram com o subtema “O futuro dos elefantes está em nossas mãos”.
“Por muito tempo, o mundo foi testemunha de imagens desoladoras de massacres em massa de elefantes por suas presas”, lamentou o chefe da ONU, que lembrou a adoção da Agenda 2030 pelos Estados-membros, no ano passado.
Os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável contêm metas específicas para a erradicação da caça ilegal até 2030, mas o compromisso só será cumprido se ‘muito mais for feito’ no mundo todo, alertou Ban Ki-moon.
De acordo com o Secretariado da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em Risco da Flora e Fauna Selvagens (Cities), entre 2010 e 2012 cerca de 100 mil elefantes foram mortos em decorrência da busca por marfim. Além de serem vítimas do ainda ‘alarmantemente intenso’ tráfico de suas presas, elefantes têm se tornado alvos mais frequentes da caça ilegal.
O secretário-geral do Cities, John E. Scanlon, ressaltou que a atual crise envolvendo a preservação da vida selvagem é “resultado direto da ação das pessoas”. Mas o panorama está mudando. Segundo o dirigente, em todos os continentes e países, as comunidades têm se empenhado para lutar contra o comércio e a caça ilícitos de espécies protegidas, tornando os crimes envolvendo a fauna e flora silvestres muito mais arriscados e menos lucrativos.
Para o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, o desaparecimento de espécies individuais ameaça a biodiversidade e, por extensão, os sistemas de apoio à vida no planeta.
A mensagem do chefe da agência da ONU foi reiterada pelo brasileiro e secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Braulio F. de Souza Dias.
“A biodiversidade nos meios silvestres é simplesmente tão importante para o bem-estar do homem quanto a biodiversidade de plantas e animais usados para o consumo humano. A vida selvagem beneficia o manejo de florestas, a pesca e a subsistência ligada ao turismo em todo o mundo”, afirmou Dias. “A conservação e o uso sustentável da vida selvagem são, portanto, um componente crítico do desenvolvimento sustentável”.