Astronauta Marcos Pontes fala sobre os 10 anos da ‘Missão Centenário’ no espaço
Marcos deixou a carreira militar para ser o primeiro astronauta brasileiro
A Lua é uma das maiores fontes de inspiração para os poetas. E vem do espaço outro convidado de Leda Nagle nesta edição do Sem Censura: o astronauta Marcos Pontes. Único brasileiro que já fez parte de um dos programas da Nasa, ele vem ao programa da emissora pública para contar essa experiência dez anos depois da missão espacial.
Marcos Pontes ingressou na Força Aérea Brasileira, conheceu a Agência Espacial Brasileira e descobriu que existia um concurso público pra astronauta. Ele se inscreveu e em 1998 deixou as funções militares para assumir as funções civis. Foi aprovado – o único selecionado no Brasil. Fez dois anos de curso, formou-se em 2000. Ia voar em 2001, a missão atrasou para 2003, mas a nave Columbia se desintegrou, perdeu sete amigos e, só em 2005, a Agência Espacial decidiu que ele ia voar com os russos, parceiros da estação.
Com isso, foi para a Rússia e, em seis meses, teve de aprender tudo sobre o equipamento europeu, além do idioma russo. Na verdade, existem dois tipos de astronauta: piloto e especialista em missão. Marcos Pontes atua na segunda função, uma espécie de mecânico de aeronave que precisa entender a fundo o sistema de funcionamento da nave.
Em 30 de março de 2006, ele partiu em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, com oito experimentos científicos brasileiros para execução em ambiente de microgravidade. Batizada de Missão Centenário, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santos Dumont, no avião 14 Bis, realizado em 1906, a missão terminou para Marcos Pontes em abril. Ele passou uma semana em órbita e, no dia 8, retornou à Terra a bordo da nave Soyuz TMA-7.