O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

quarta-feira, 28 de agosto de 2024
IMPEACHMENT

Cunha promete levar pedido de impeachment ao plenário

Presidente da Câmara é o autor do recurso contra a regra definida pelo STF para a tramitação do pedido. Prazo deve ser de 45 dias

Postado em 14 de março de 2016 por Sheyla Sousa
STF julga hoje recurso de Cunha contra rito do impeachment
Recurso de Cunha chegou ao Supremo no dia 1º de fevereiro

Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) resolva nesta quarta-feira o rito do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prometeu ontem que levará o pedido rapidamente ao plenário, que poderá analisá-lo em 45 dias. Cunha é o autor do recurso contra a regra definida pelo próprio STF para a tramitação do pedido.

– Se você respeitar todo o cronograma do que se tem estipulado na lei e no regimento, começando a partir de quinta-feira, se seguir o rito, os prazos da comissão, defesa, prazo para ir ao plenário, se interpretar o que está ali, 45 dias é um prazo razoável. Vamos ver o que o Supremo decide na quarta feira. Não posso dizer que eu vou instalar (a comissão do impeachment), quero ver o que o Supremo vai decidir. Mas na quinta (se houver decisão do STF), o processo volta ao curso da continuidade – disse Cunha.

O presidente da Câmara, no entanto, disse que não é possível afirmar, com certeza, que o prazo será seguido, porque há fatores que podem influenciar a tramitação, como movimento de obstrução por parte dos deputados e recursos que possam ser feitos à Justiça, o que é natural em um processo desse tipo. O próprio Cunha se vale de todo tipo de manobra para atrasar a análise do processo de cassação a que responde no Conselho de Ética, em decorrência das denúncias de recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras.

O desfecho rápido do processo – e do governo Dilma – não é esperado apenas por Cunha, adversário público do Planalto. O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB-RJ), e outros caciques peemedebistas estão colocando um prazo de validade no governo petista. A cúpula do partido, que se prepara para uma convenção nacional, neste sábado, não acredita em reação da presidente e chega a falar que o governo acabará dentro de um mês.

Em uma reunião com servidores e deputados estaduais, na última quarta-feira, Picciani, que se transformou em importante aliado do governo nos últimos meses, afirmou: “O governo federal vai cair nos próximos três meses”.

Em Brasília, o sentimento é de que o impeachment torna-se, a cada dia, mais fortalecido.

– Picciani está se dando conta da realidade. Fico feliz, porque isso mostra união do pensamento do partido – disse o ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA), próximo ao vice-presidente Michel Temer. 

A cúpula partidária avalia que a falta de perspectivas com a presidente Dilma levou o PMDB do Rio a apoiar a reeleição de Temer a presidente do partido, por aclamação.

A mesma análise é feita com relação ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que ensaiou dificultar a recondução de Temer, mas acabou recompondo. Internamente, peemedebistas apostam no prazo de validade de Dilma, variando de 30 dias a cinco meses.

Recolhido, o vice-presidente Michel Temer telefonou na quinta-feira para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para parabenizá-lo pelo aniversário. Na conversa, o tucano relatou a Temer uma conversa muito proveitosa em jantar com a cúpula dos peemedebistas no Senado, no dia anterior. Os dois combinaram de marcar uma conversa “futuramente” sobre os rumos do país. No encontro, na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), os integrantes dos dois partidos combinaram de “caminharem juntos” e buscarem alternativas.

– Não podemos ficar paralisados vendo o país derreter – disse Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado. (AG)

 

Veja também