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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
VIAGEM

Duas ‘cidades’, um espetáculo

Budapeste, na Hungria, esbanja beleza em meio a uma rica história e atrações únicas em toda a Europa

Postado em 14 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Duas ‘cidades’
Budapeste

Ainda relativamente pouco explorada pelos turistas, a capital da Hungria, Budapeste, oferece uma viagem única, repleta de monumentos tão grandiosos difíceis de se encontrar em uma única cidade, que é fascinante, cheia de luz e magnitude. Localizada na Europa Central, nas margens do Rio Danúbio, Budapeste, com 1,8 milhão de habitantes, nem sempre foi o que é ho­je. Os primeiros registos de povoamento remontam ao Paleolítico, mas foi o Império Romano que fundou a primeira cidade nesta zona de curva e estreitamento do rio, um dos mais importantes caminhos comerciais da Europa. A região foi depois ocupada por godos, lombardos, ávaros e, finalmente, os magiares, que chegaram à região no século 9.

Budapeste não era ainda uma cidade conjunta nem havia qualquer ponte fixa sobre o rio. A primeira dinastia húngara não tinha capital, pois foi Béla IV que mandou construir um castelo na colina que hoje é Buda. A nova capital do reino prosperou e cresceu sob o domínio de Mátyás Corvinus, no século 15. Entretanto, foi quase totalmente destruída pelos turcos do Império Otomano, retomando o seu esplendor depois da dura reconquista por parte dos Habsburgos, em 1686. A monarquia absolutista garantiu o desenvolvimento econômico de Buda e Peste, quer eram duas cidades distintas, uma de cada lado do Danúbio e, em 1867, foi constituído o Império Austro-Húngaro, logo depois da união das duas cidades numa só e da construção da emblemática Ponte das Correntes.

Depois deste resumo histórico da formação da cidade, é hora de se deixar levar pela linda capital húngara. E opções não faltam, por isso mesmo é importante traçar um roteiro para que nada de importante fique sem ser visto ou visitado. Começando pelo maravilhoso Parque da Cidade, ou Városliget, Budapeste remete a uma cidade de relax, passeios e leituras ao ar livre. Városliget, construído no fim do século 19 e inaugurado em 1896, por ocasião das Celebrações do Milênio (dos 1.000 anos passados da conquista dos magiares), merece uma visita. 

No Parque, fica o símbolo do auge econômico da cidade e fruto de orgulho nacional, o Castelo de Budapeste, outra atração imperdível. É composto por vários edifícios que exemplificam várias épocas: a Capela Ják, de inspiração medieval; a fachada barroca do Museu da Agricultura; e a maior estância termal da Europa, de inspiração neobarroca. Já fora do parque fica o Museu de Belas Artes e a grandiosa Praça dos Heróis, dominada pelas altíssimas estátuas de figuras ilustres da história da Hungria.

Descendo a Avenida Andrássy, se passa por inúmeros museus e academias de arte, até que se chega à ilustre Ópera Nacional, construída para rivalizar com os salões de Viena, Paris ou Praga. Ali é o centro de Peste, onde a agitação é constante. Aproveite para visitar a Basílica de Santo Estêvão, em homenagem ao primeiro rei católico da Hungria, cuja cúpula verde é visível de toda a cidade. Entretanto, não deixe de visitar a Rua Váci, que é a mais dinâmica de dia e de noite, graças a lojas, esplanadas, cafés e hotéis. Na Praça József Nádor fica a Pastelaria Gerbeaud, que é ideal para um lanche sem hora marcada. 

Na avenida paralela à Rua Váci fica uma longa marginal, entre a Ponte Isabel e a Ponte das Correntes, com hotéis, esplanadas e uma excelente paisagem para o lado esquerdo do Danúbio (Buda) com o Palácio Real.

Do outro lado do rio, depois de passar a Ponte das Correntes, está o Bairro do Castelo, 60 metros acima da linha do Danúbio. Assim que passar a ponte e antes de começar a subir, olhe para trás: lá está o imponen­te Parlamento Húngaro neogótico, saturado de pináculos e com uma cúpula erguida a 96 metros de altura, um esplendor de edifício.

Continuando a subida da colina de Buda, encontra-se o Palácio Real e a Cidade Velha, com o Bastião dos Pescadores (que não deixa de ser um excelente mirante) e a Igreja de Mátyás, de inspiração neogótica. Aproveite para passear também pela Rua dos Lordes, com casas de origem medieval onde viveram aristocratas e mercadores.

Para apreciar a melhor paisagem sobre a cidade, suba à Colina Gellért, por entre um agradável jardim. Visite a Igreja da Gruta, aprecie a estátua de S. Gellért, o bispo mártir padroeiro da cidade, e termine no Monumento da Libertação, uma grandiosa estátua de uma mulher segurando uma folha de palma, que domina a paisagem da cidade por estar colocada no ponto mais alto. A partir daqui, se tem a melhor paisagem possível de Budapeste e dos seus palácios, museus, teatros e igrejas.

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