Fim da aliança com PT divide vereadores do PMDB
Parte da bancada peemedebista na Câmara de Goiânia prega cautela em relação a um eventual rompimento com o prefeito petista Paulo Garcia
Sara Queiroz
As últimas declarações do prefeito Paulo Garcia (PT) e uma eventual ruptura cada vez mais perto da aliança entre PMDB e PT, ainda são vistas com cautela por parte dos vereadores peemedebistas na Câmara de Goiânia. Na manhã de ontem, apenas dois vereadores se posicionavam à favor do fim da aliança e passar a compor a oposição ao Paço. O restante pregava cautela. No entanto, três deles cogitam a possibilidade de sair do partido por conta da situação.
As críticas de Paulo Garcia a gestão realizada por Iris Rezende (PMDB) e a afirmação de que a prefeitura foi entregue a ele, pelo peemedebista, com dívidas, durante a prestação de contas na última semana, foi a gota d’água. Era o que o diretório municipal precisava para pedir o fim imediato da aliança entre as duas siglas. O presidente do diretório e deputado estadual Bruno Peixoto, que já demonstrava inclinamento aà ruptura, criticou a fala do prefeito à imprensa. ele chegou a declarar que os dois partidos estavam rompidos, inclusive na Câmara de vereadores.
Porém, a posição de Bruno não encontrava eco em toda a bancada. O vereador Deníncio Trindade minimizou o impacto da crise, salientando que ainda esperava a posição oficial do diretório metropolitano.
Welington Peixoto, irmão de Bruno, declarou que ainda não tinha recebido oficialmente uma posição do diretório sobre a ruptura entre os dois partidos.
“Ficou ruim, porque o PMDB e o PT tem que ter maturidade nessa questão, pois da mesma forma que sentaram à mesa para fazer essa aliança, deviam sentar-se para desfazê-la”, afirmou o peemedebista, mostrando preocupada com a troca de acusações de ambas as partes. Para ele, essa situação prejudicaria a volta de uma eventual aliança no segundo turno das eleições municipais. Weligton afirmou que havia conversado com os vereadores Izídio Alves e Denício Trindade , e que os três ainda se posicionariam como aliados dos prefeitos dentro da Casa.
Para Wellington, a melhor forma de resolver a questão da posição dos parlamentares seria uma votação dentro do diretório metropolitano: “Eu defendo a permanência na base com o PT. Vamos ver como vai ser a situação, se vai ter votação. Temos três vereadores à favor e dois que são contra. Tem que ser o que a maioria decidir, acho que tem que ser assim”.
Desfiliação
Mizair Lemes Júnior é um dos cogitados para deixar o PMDB nos próximos dias, a depender da posição da sigla em relação à aliança com o Paço Municipal. Além dele, o vereador licenciado e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Paulo Borges, e o vereador Eudes Vigor, também estão entre os que poderão abandonar o ninho peemedebista. Nos bastidores, a filiação de Eudes ao PSDB já era dada como certa.