Brasil adota estratégia para acabar com epidemia
Mais de 200 prefeituras estão mobilizadas para atingir as metas de ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas
Prefeituras das cinco regiões brasileiras já aderiram à Declaração de Paris, comprometendo-se com a estratégia de Aceleração da Resposta ao HIV proposta pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS).
Juntas, estas 22 cidades somadas ao Distrito Federal e ao Estado do Rio Grande do Sul – cujos governadores também assinaram o compromisso –, contam com uma população de quase 35 milhões de pessoas. As primeiras cidades brasileiras a assinar a Declaração de Paris em dezembro de 2014 foram Curitiba (PR), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). As demais adesões aconteceram em 2015: três cidades fronteiriças do Alto Solimões (AM) – Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant –, além de São Paulo (SP), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e outros 13 municípios do Rio Grande do Sul – incluindo o próprio governo do Estado – e o Distrito Federal.
Lançada pelo UNAIDS em dezembro de 2014 na capital francesa, a Declaração de Paris busca mobilizar esforços locais para alcançar o fim da epidemia de Aids até 2030.
Os municípios brasileiros se somam a mais de 200 prefeituras pelo mundo que já estão mobilizadas rumo às metas de tratamento 90-90-90 para 2020: ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; que destas, 90% estejam em tratamento; e que 90% deste grupo tenha carga viral indetectável.
As cidades estão no centro dos esforços pelo fim da epidemia de Aids como ameaça à saúde pública.
Com a adesão à Declaração de Paris, essas prefeituras e governos se comprometem a alcançar as populações e comunidades mais vulneráveis, fazendo com que a liderança local e a inovação direcionem as políticas de saúde e os serviços de HIV para que nenhuma pessoa seja deixada para trás – incluindo acesso ao diagnóstico, adesão ao tratamento, manutenção de seu bem-estar e exercício de seus direitos.
No Brasil, 15 cidades abriram atualmente cerca de 60% de todas as pessoas que vivem com HIV no país. Este cenário de epidemias concentradas em centros urbanos é um fenômeno que se repete na maioria dos países, tanto desenvolvidos como emergentes.