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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
politica

‘Eles exercem a violência, nós não’, afirma Dilma

Presidente diz que a democracia no Brasil está ameaçada, por conta do pedido de impeachment, e pede vigilância e resistência contra esse processo

Postado em 2 de abril de 2016 por Sheyla Sousa
‘Eles exercem a violência
Presidente diz que a democracia no Brasil está ameaçada

Apresidente Dilma Rousseff disse ontem que o país tem a democracia ameaçada e afirmou que “eles”, ao se referir a seus opositores, são violentos, ao contrário dos simpatizantes do governo. No terceiro dia consecutivo de cerimônia aberta no Planalto – o que acontece pela primeira vez no ano -, Dilma assinou atos pela reforma agrária e para ações contra o racismo.

– Nós, hoje, precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistências às tendências antidemocráticas, oferecer resistência também às provocações. Nós não defendemos qualquer processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles defendem. Eles exercem a violência. Nós não – declarou Dilma.

A presidente chamou atenção para que as “regras do jogo democrático” não sejam alteradas. Dilma disse que o Brasil tem aspectos democráticos sob ameaça.

– Hoje, o Brasil tem dois aspectos da democracia ameaçados – declarou, e completou: – As regras do jogo não podem ser rompidas, porque, se se rompe a regra do jogo, se compromete o jogo. Torna o jogo suspeito.

Em cerimônia nesta sexta-feira no Palácio do Planalto, a presidente assinou 25 decretos que abrangem 56.512 hectares, 21 para desapropriação de terra para a reforma agrária e quatro para a regularização de territórios quilombolas. De acordo com o governo, 799 famílias quilombolas serão beneficiadas, com 21 mil hectares.

O governo também anunciou R$ 4,5 milhões para fortalecer o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que foi regulamentado em 2013. Será lançado um edital para projetos que promovam a igualdade racial. Somente entes federados poderão inscrever-se.

Antes da presidente, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, discursou. Patrus acrescentou ao bordão “Não teremos golpe” o “Teremos reforma agrária”, e foi endossado por Dilma logo depois.

– Forças empenhadas no retrocesso e que no passado já demonstraram que não têm maior apego à democracia quando se apegam com maior vigor aos seus interesses e seus privilégios. E ontem eu tive o orgulho, presidenta, de dizer em praça pública aqui em Brasília, fora do horário de trabalho, de noite, de dizer: “Não teremos golpe. Teremos reforma agrária” – afirmou Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário.

– Quando o Patrus fala “Não vai ter golpe, vai ter reforma agrária”, ele está enfatizando um aspecto da democracia que queremos, que é uma democracia com reforma agrária – declarou Dilma Rousseff.

Aristides Santos, secretário de finanças e administração da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), criticou a “bancada da bala” no Congresso.  (AG) 

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