Ex-presidenta da Argentina será investigada por lavagem de dinheiro
Cristina Kirchner vai ser investigada também por malversação de fundos
A Justiça argentina
vai investigar a ex-presidenta Cristina Kirchner, por suspeita de lavagem de
dinheiro. O pedido foi feito neste sábado (9)
pelo promotor Guillermo Marijuan, apos ouvir uma testemunha que fez delação
premiada.
Cristina Kirchner fora intimada para depor,
no próximo dia 13, sobre outro caso: a venda de dólares no mercado futuro,
feita pelo Banco Central no final de seu mandato. A operação teria causado
prejuízo aos cofres públicos equivalente a 7,3 bilhões de reais. A
ex-presidenta é suspeita também de malversação de fundos.
Simpatizantes da Frente para a Vitória
(FPV) – que esteve no poder durante os governos de Nestor Kirchner
(2003-2007) e de sua viúva e sucessora Cristina Kirchner (2007-2015) –
convocaram marcha de protesto para quarta-feira (13). Eles prometem ir às ruas
para “defender” a ex-presidenta, antes mesmo de saber que ela seria envolvida
numa segunda investigação.
O caso de lavagem de dinheiro vem se
arrastando há anos. Em 2013, o financista Leonardo Farina contou em programa de
televisão que tinha ajudado a enviar milhões de euros do empresário Lazaro Baez
à Suíça. Baez – que enriqueceu durante os governos Kirchner e é suspeito de ser
testa de ferro da família – está preso.
Na sexta-feira (8), Farina prestou
depoimento de quase 12 horas. Hoje (9), o promotor Marijuan pediu que Cristina
Kirchner e seu ex-ministro do Planejamento, Júlio de Vido,sejam investigados
por lavagem de dinheiro.
Maurício Macri
As investigações também ameaçam o
presidente Maurício Macri. Ontem, os advogados do presidente, que assumiu em
dezembro, apresentaram documentos à Justiça sobre a participação dele em
empresas offshore da família. Ele aparece como diretor da Fleg
Trading (que funcionou de 1998 até o final de 2008, nas Bahamas) e da Kagemusha
(aberta em 1981 no Panamá).
A existência da Fleg Trading veio à tona
com a publicação da Panamá Papers – uma operação, envolvendo 376 jornalistas de
76 países, que vazou 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia
panamenho Mossack Fonseca, especializado em abrir sociedades em paraísos
fiscais. A investigação mostrava que Macri não declarou a empresa em 2008 e
2009, quando era prefeito de Buenos Aires.
O presidente explicou – por meio de seus
assessores, em entrevista a um jornal, e em discurso na televisão – que nunca
foi acionista das empresas; que elas foram declaradas por seu pai, o empresário
Franco Macri; e que ele nada tem a ocultar. Mas a oposição questiona Macri, que
foi eleito prometendo um governo transparente e de combate à corrupção.(Agência Brasil)
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