Câmara aprova abertura de impeachment de Dilma; processo segue para o Senado
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite deste domingo (17) a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A votação atingiu os 342 votos favoráveis necessários para dar continuidade ao processo de afastamento da presidenta por volta das 23h05, quando ainda faltavam 36 deputados para votar. Votação foi encerrada pouco antes […]
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite deste domingo (17) a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A votação atingiu os 342 votos favoráveis necessários para dar continuidade ao processo de afastamento da presidenta por volta das 23h05, quando ainda faltavam 36 deputados para votar. Votação foi encerrada pouco antes da meia noite. O resultado final contabilizou 367 fotos a favor, 137 contra e 7 abstenção.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo andamento do impeachment, que agora será analisado pelo Senado Federal. O quórum no painel eletrônico do plenário da Câmara registra 511 parlamentares presentes na sessão. Dois parlamentares não compareceram.
A votação
A sessão de hoje foi aberta às 14h pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após manifestações do relator da Comissão Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), de líderes partidários e representantes da minoria e do governo, a votação começou por volta de 17h45.
Os deputados foram chamados a votar de acordo com ordem definida no regimento interno da Câmara, da região Norte para a Sul do país. O primeiro a votar foi o deputado Abel Galinha (DEM-RR), que disse “sim” ao impeachment.
A discussão do parecer sobre a abertura de processo de impeachment de Dilma, que antecedeu a sessão de hoje, começou na última sexta-feira (15), durou mais de 43 horas ininterruptas e se tornou a mais longa da história da Câmara dos Deputados.
Histórico
Antes de chegar ao plenário, na Comissão Especial do Impeachment, o relatório de Arantes pela admissibilidade do processo foi aprovado com placar de 38 votos favoráveis e 27 contrários. O pedido de impeachment, assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo, foi recebido por Cunha em dezembro de 2015.
O pedido teve como base o argumento de que Dilma cometeu crime de responsabilidade por causa do atraso nos repasses a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, que ficaram conhecidos como pedaladas fiscais. Os autores do pedido também citaram a abertura de créditos suplementares ao Orçamento sem autorização do Congresso Nacional como motivo para o afastamento da presidenta.
Collor
Na votação do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, estiveram presentes 480 dos 503 deputados que compunham a Câmara na época. O placar na ocasião foi de 441 votos favoráveis ao impeachment, 38 contrários. Houve 23 ausências e uma abstenção.