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sábado, 11 de janeiro de 2025
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HIPERTENSÃO

Criança também sofre de pressão alta

De acordo com especialistas, se não diagnosticadas e tratadas desde cedo, as crianças podem sofrer complicações na fase adulta

Postado em 26 de abril de 2016 por Sheyla Sousa
Criança também sofre de pressão alta
De acordo com especialistas

De acordo com o levantamento mais recen­te do Ministério da Saúde, 24,8% dos brasileiros têm pressão alta. O índice é um pouco mais baixo em Goiânia, alcançando 24% da população. Estes dados consideram apenas aqueles acima dos 18 anos, mas especialistas indicam que esta doença não é exclusiva de adultos, e que vem afetando cada vez mais as crianças e  adolescentes. Se não diagnosticadas e tratadas desde cedo, elas podem ter complicações quan­do chegarem na fase adulta.

A  dra. Natasha Slhessarenko, pediatra que integra o corpo clínico do laboratório Atalaia, explica que a hipertensão arterial acontece quan­do os níveis da pressão estão acima de valores de referência. “Apesar de não haver consenso, o valor normal da pressão arterial no adulto é considerado até 130×85 mmHg. No caso das crianças, não existe um número único e absoluto, e sim valores tabelados que levam em consideração a idade, o gênero e a altura dos pequenos. Além disso, para medir a pressão de uma criança, é necessário o uso de aparelhos com manguitos de tamanhos adequados para cada idade”, comenta.

De acordo com a pediatra, nas crianças e adolescentes a hipertensão arterial é, na maior parte das vezes, dita secundária, ou seja, existe alguma doença de base que é responsável pelo aumento da pressão. “Algumas doenças renais, próprias da criança, podem elevar os níveis da pressão a valores muito elevados, necessitando, por vezes, internação e uso de medicação. Nes­te caso, resolvendo a doença de base, a hipertensão costuma desaparecer. Outras vezes in­fecções urinárias não tratadas ou mal tratadas durante a infância podem levar à hipertensão arterial no futuro”, explica a médica.

Fatores de risco

Para a especialista, está claro que o excesso de peso também está associado a aumentos dos níveis da pressão sanguínea. “Sem sombra de dúvidas a obesidade é um grande fator de risco para pressão alta em crianças e adolescentes. Crianças que sofreram desnutrição intrauterina, as ditas pequenas para a idade gestacional, também devem ser acompanhadas desde cedo. Crianças e adolescentes negros e aqueles com  história familiar de hipertensão também têm maior predisposição”, lista a médica.

Dietas com sobrecarga proteica ao longo do primeiro ano de vida pelo uso de leite de vaca é outra causa de desenvolvimento de hipertensão arterial e obesidade em anos subsequentes. “As mães devem amamentar com leite materno, exclusivamente, até o sexto mês. Após esse período indico a introdução de alimentos complementares e manutenção do leite da mãe. Dessa forma o bebê tem menor chance de desenvolver doenças crônicas como a hipertensão”, sugere a pediatra.

Não há exames laboratoriais para este diagnóstico. Entretanto, como a maior parte dos casos de hipertensão arterial em crianças e adolescentes são secundárias, alguns exa­mes são importantes para a avaliação da causa da elevação da pressão. “Os exames a serem solicitados dependem das manifestações clínicas. Mas o exame simples de urina, alguns exames de sangue, como a dosagem da ureia e da creatinina, por exemplo, costumam passar informações bem importantes sobre a função renal que pode levar à hipertensão”, indica a pediatra.

Para evitar maiores complicações na vida adulta, dra. Natasha Slhessarenko indica que a pressão arterial seja aferida nas visitas periódicas ao pediatra e que a mãe fique atenta aos fatores de risco. “Somente a manutenção dos níveis permanentemente altos em múltiplas medições, caracteriza a hipertensão arterial. Por isso, a pressão da criança deve ser aferida em todas as consultas ao pediatra”, diz. 

Além disso Slhessarenko considera que “a criança deve apenas ter hábitos de vida saudáveis e de acordo com a idade dela. Ou seja, ela deve realizar atividades físicas regulares e ter bons hábitos alimentares, mas deve ter também uma rotina com momentos de lazer, descanso e atividades lúdicas e divertidas”, conclui.

 

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