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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Politica

Processo de impeachment não tem volta, diz Marconi

Governador avalia que há uma disputa de poder entre Dilma e Cunha que paralisa o Brasil, e que não se pode viver num país onde as instituições não funcionam

Postado em 29 de abril de 2016 por Sheyla Sousa
Processo de impeachment não tem volta
Governador avalia que há uma disputa de poder entre Dilma e Cunha que paralisa o Brasil

Venceslau Pimentel

Em entrevista, ontem, a rádios de cidades da região Norte e do Vale do São Francisco, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) não tem volta. “Ainda acho que não há como parar o processo de impeachment. Pelo que temos de informações, ele será admitido no Senado e teremos um novo governo”, analisou.

Marconi disse considerar que, para o momento, o processo é pertinente. “Hoje há uma briga muito grande entre Câmara e Presidência da República.  Está tudo parado. Nada anda. Não podemos viver num País onde as instituições não funcionam”, avalia.

Ele lembrou que muitos projetos dependem do Congresso e outros do governo federal. “Se for para melhorar essa situação, tirar o Brasil do atoleiro, é melhor que haja a mudança. E que seja rápida. Porque está tudo parado.

O governador relatou sobre o encontro com o ex-ministro Eliseu Padilha, apontado como um dos nomes mais fortes junto a um eventual governo de Michel Temer. Reafirmou que defendia o apoio do PSDB ao novo governo. E explicou o motivo. “Afinal, se não houver uma união de grande parte do Congresso, o Brasil não sai do buraco e da crise”. Para ele, entre pensar num projeto partidário pessoal em 2018 e ajudar o Brasil chegar a 2018, diz optar por ajudar o Brasil a se manter vivo. “Se todo mundo não ajudar, o Brasil vai chegar quebrado em 2018, e aí será muito ruim para todos”.

Embora Goiás tenha sido também atingido pela crise econômica, como todas as outras unidades da federação, o governador ressaltou que a sua experiência o levou a enxergar, em 2014, que o país mergulharia “em uma crise sem precedentes” na história do Brasil, nos dois anos seguintes.

“Ainda em 2014, fiz a maior reforma administrativa da história do Estado. Eliminei cerca de 10 mil cargos comissionados e temporários, diminuí despesas e reduzi o número de secretarias para dez”, relatou. Por conta dessa decisão, ele garante que foi possível atravessar 2015 sem grandes sobressaltos.

Queda no PIB

Ao citar que a retração do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,8%, ele diz que o quadro é de agravamento da crise. “Esse ano não vai ser diferente, talvez melhore um pouco se houver a mudança de governo. Mas nós fizemos o dever de casa, fizemos muita economia”, salientando que houve a necessidade de sacrificar investimentos. Em compensação, Marconi observou que conseguiu manter a folha do funcionalismo e as principais obrigações do Estado em dia.

Sobre as dificuldades enfrentadas por outros estados, o governador ressalta que mesmo enfrentado problemas, “estamos conseguindo manter recursos para pagar folha, dívida externa, obrigações de segurança, educação, saúde. Consegui disponibilizar este ano R$ 260 milhões para a manutenção e recuperação de estrada. Com muito sacrifício”.

Quando a economia recua, ele diz que a primeira coisa que acontece é parar de consumir, o que diminui a arrecadação de ICMS, que é a maior fonte de receita do Estado. “À medida que para o consumo, para a receita. A gente tem de rever todo o planejamento do Estado. Foi o que fiz. Estou fazendo isso com uma equipe econômica muito boa, muito afinada comigo e graças a isso estamos conseguindo atravessar esse deserto de falta de dinheiro”. 

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